Corrida eleitoral: a crise contida no perfil dos candidatos
A corrida eleitoral começou de verdade assim que foram lançados os candidatos à presidência da República, no mês corrente. Os candidatos: Bolsonaro, Ciro Gomes, Marina Silva, Cabo Daciolo, Henrique Meirelles, Geraldo Alckmin, Guilherme Boulos e Álvaro Dias. A rede Bandeirantes de TV, ou Band, abriu o primeiro debate entre eles. Embora convidado, Lula foi impedido judicialmente de comparecer.
Em seus pronunciamentos, respondendo às perguntas de Ricardo Boechat, os candidatos mostraram suas posições. Nas esferas econômicas e serviços públicos, a maioria se expressou liberal ou neoliberal (Alckmin, Álvaro, Meirelles, Ciro), mais à esquerda (Boulos) ou populista (Ciro), e na dos direitos humanos, mais neutra (Alckmin, Ciro, Meirelles, Álvaro), três mais conservadores (Bolsonaro, Daciolo, Marina), e um progressista (Boulos).
No temperamento, variaram desde o ímpeto de Bolsonaro, passando pelo contido Ciro, o "tiozão" Álvaro e os insossos Alckmin, Marina e Meirelles. Mesmo sendo mais jovem do que os citados, Boules mostrou-se mais determinado e pungente em seus apontamentos, sendo seu discurso associado em memes como os de um utópico maconheiro. Embora ausente, Lula já é conhecido em seu tom, dispensando comentários.
Embora a grande mídia tradicionalmente se atente às propostas na esfera econômica e no destino dos serviços públicos, o debate tem mostrado que o temperamento é componente valioso no perfil de um candidato, pois tem peso de voto baseado no sentimento de identidade do eleitor - e é aí que reside a maior crise eleitoral. E, pelo menos para esquentar ainda mais o ambiente, Lula fez muita falta.
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