segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Direita x esquerda: distorções no centro da intolerância - esclarecimento

No alto sem delimitação: centro.
Azul-claro: centro-direita (mais mercado, estado democrático)
Azul-médio: direita liberal, mas mais mercado.
Azul-escuro: mau investimento em poderes públicos essenciais, domínio franco do mercado, direitos trabalhistas frágeis (neoliberalismo empresarial)
Negro: ditadura de extrema-direita (censura, perseguições, violência de estado, execuções, etc.). Ideologia se dissolve em controle, poder e acúmulo material.




Rosado: centro-esquerda (melhor atuação dos poderes públicos, democracia)
Vermelho: social-democracia, estado de bem-estar social. Desenvolvimento social no topo.
Vermelho-escuro: domínio do estado, crises políticas, regime ao estilo Maduro da Venezuela.
Negro: ditadura de extrema-esquerda (censura, perseguições, violência de estado, execuções, etc.). Ideologia se dissolve em controle, poder e acúmulo material.

     Com a plena caça às fake News por sites especializados, estão em alta vídeos e textões “históricos” de política de internet que geram muita polêmica entre grupos opostos, que se digladiam na tentativa de “desmascarar” o outro para fazer mudar de ideia. Tais textos acabam merecendo atenção para esclarecimentos.
     Os grupos pró-Haddad, à esquerda, mostram atrocidades cometidas por ditaduras de extrema-direita contra os direitos humanos e opositores: censura, perseguições, violência, desaparecimentos, execuções. Os mais à direita, pró-Bolsonaro, fazem igual em relação às ditaduras de extrema-esquerda. Como se os candidatos fossem de fato extremistas.
    Sobre essa briga dicotômica destaca-se viralizado na internet o textão de L. C. L. Cal, supostamente de Liverpool, Inglaterra, que expõe detalhes chocantes em tom sensacionalista, ou agressivo, se preferir, as atrocidades dos governos totalitários "de esquerda".  O texto está disponível aqui.
     Cal deslinda com esmero tais ditaduras. Não obstante haja provas históricas de seus dados, há erro de julgamento ao minimizar as barbaridades cometidas pelas ditaduras “à direita” e considerar como esquerda todos os governos extremistas apontados, sem inferir que o Estado de bem-estar social se baseia nos princípios da esquerda democrática.
     Costumeiramente se explica as ideologias como que numa linha reta, os regimes extremistas de esquerda e direita nas pontas. Mas, na prática, as vertentes ideológicas se distribuem numa ferradura, cujas pontas (as ditaduras) 
     Tende-se a considerar o direcionamento das diferentes linhas ideológicas como que em uma linha reta, quando na verdade as vertentes ideológicas se distribuem em uma ferradura, cujas pontas, os extremismos "à direita e à esquerda", se esbarram, por mostrarem tantas práticas e objetivos em comum. A figura esquemática, com as cores explicativas, está em cima.
    Ele considera de esquerda ditaduras à direita como: Nguema (Guiné Equatorial), Mugabe (Zimbabue), Kaddafi (Líbia), Oriente Médio (Irã, Iraque, Síria), Botha (África do Sul, apartheid), em Mianmar. Ditaduras tão assassinas quanto as “comunistas” do Khmer Vermelho (Camboja), URSS (inclusive o Holomodor na Ucrânia), China, Cuba, Congo de Nguesso, Angola de Eduardo dos Santos, e Leste europeu.
     A imprecisão nos números da América Latina dos anos 1960-80 agrava as críticas. No Brasil, os 434 mortos da Comissão da Verdade foram subestimados pela recusa de um militar aposentado em “ajudar o inimigo” e a descoberta de dezenas de ossadas no cemitério clandestino de Perus no interior paulista. Sem mencionar os cemitérios de Campos de Goytacazes e de Quissamã, ainda não exumados, os desaparecidos e os 8000 indígenas abatidos pelos militares.
     Isso indica que os regimes extremistas, ao se voltarem contra seus próprios povos com supressão de direitos, perseguições, execuções e violências, se despiram totalmente da organicidade ideológica. Não há mais centro, direita e esquerda, só a sede sanguinária de controle, riqueza material e poder ilimitado, do Estado (“comunista”) ou do oligopólio mercadológico com anuência estatal (capitalista). Por isso estarem tão unidos nas pontas da ferradura.
     O Brasil atravessa um contexto um pouco diferente do anterior ao golpe militar de 1964. O tempo todo a internet lança informações, verídicas ou não, sobre os presidenciáveis, e um deles será escolhido pelo voto. A franca travessia de informações e a liberdade de escolha de um ou outro candidato revela o nosso momento democrático. Ou, quem sabe, o que resta de nossa democracia. É esperar para ver se reviveremos, ou não, a ponta da ferradura.

Crédito: Autor desconhecido, 13 de outubro de 2018.
     

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