Enfim, 2018 se finda, para dar lugar a 2019. Óbvio. Mas se considerarmos os muitos fatos ocorrentes durante o mesmo, vemos que foi um ano quase atípico. Como me disse certa vez uma conhecida: "os videntes viram muita coisa feia pra 2018, vai conferindo". E, de fato, muita coisa foi percebida.
O cenário político roubou o ano. Quem diria que fosse eleito Bolsonaro, nome da extrema direita, após 30 anos de democracia? Um homem intolerante às minorias e sem programa definido de governo. Uma eleição definida em muitos fatos: a prisão de Lula, fake news em rede social, manipulação noticiosa, a presumida facada, o apoio das grandes igrejas evangélicas, a recusa do então candidato em ir a debates após o ataque, o aborto do inquérito da facada - tudo isso após as recentes denúncias de corrupção envolvendo a família Bolsonaro.
Este também foi o ano em que os movimentos sociais e de esquerda enfrentaram maior adversidade: dividida em grupos menores, sofreu várias baixas. Marielle foi apenas um entre tantos casos de execução a sangue-frio. Mas, também, teve destaque com a eleição de representações como uma deputada indígena e quatro LGBTs, cujo barulho só o decorrer do governo nos permitirá mensurar.
2018 morreu, mas está mais viva do que nunca a mentalidade de um povo em sua maioria bem adaptado à cultura dominante, em essência racista, elitista, machista, homotransfóbica, escravista, e muito religiosa - neste item, com a crescente ortodoxia cristã evangélica neopentecostal, de forte influência no novo governo. Afinal, os líderes dessa corrente contribuíram na construção do antipetismo e na intensa polaridade político-ideológica que desencadeou algumas agressões nas ruas e nas redes sociais.
E, ao sol do 1 de janeiro, carregando o citado perfil, muitos bolsonaristas assistirão a cerimônia de posse do novo presidente. De longe, isolados por um aparato incomum de segurança, a cercar toda a zona de atuação dos representantes dos três poderes da República. Toma posse um nome de cuja corrente política já sabemos, mas não da sua dimensão aplicável nesse tempo de internet e grande complexidade nacional.
Tudo isso nos leva a crer apenas num governo cheio de incertezas, e a angústia de muitos potencializa ainda mais a incógnita que o novo ano pode representar. Tudo o que podemos concluir, nesse momento, é que teremos um ano novo graças a governo novo. Mas, diferente da saudação tradicional, pode ser feliz regresso novo.
Enfim, que venha 2019. Afinal, ano novo, com lides novas.
O cenário político roubou o ano. Quem diria que fosse eleito Bolsonaro, nome da extrema direita, após 30 anos de democracia? Um homem intolerante às minorias e sem programa definido de governo. Uma eleição definida em muitos fatos: a prisão de Lula, fake news em rede social, manipulação noticiosa, a presumida facada, o apoio das grandes igrejas evangélicas, a recusa do então candidato em ir a debates após o ataque, o aborto do inquérito da facada - tudo isso após as recentes denúncias de corrupção envolvendo a família Bolsonaro.
Este também foi o ano em que os movimentos sociais e de esquerda enfrentaram maior adversidade: dividida em grupos menores, sofreu várias baixas. Marielle foi apenas um entre tantos casos de execução a sangue-frio. Mas, também, teve destaque com a eleição de representações como uma deputada indígena e quatro LGBTs, cujo barulho só o decorrer do governo nos permitirá mensurar.
2018 morreu, mas está mais viva do que nunca a mentalidade de um povo em sua maioria bem adaptado à cultura dominante, em essência racista, elitista, machista, homotransfóbica, escravista, e muito religiosa - neste item, com a crescente ortodoxia cristã evangélica neopentecostal, de forte influência no novo governo. Afinal, os líderes dessa corrente contribuíram na construção do antipetismo e na intensa polaridade político-ideológica que desencadeou algumas agressões nas ruas e nas redes sociais.
E, ao sol do 1 de janeiro, carregando o citado perfil, muitos bolsonaristas assistirão a cerimônia de posse do novo presidente. De longe, isolados por um aparato incomum de segurança, a cercar toda a zona de atuação dos representantes dos três poderes da República. Toma posse um nome de cuja corrente política já sabemos, mas não da sua dimensão aplicável nesse tempo de internet e grande complexidade nacional.
Tudo isso nos leva a crer apenas num governo cheio de incertezas, e a angústia de muitos potencializa ainda mais a incógnita que o novo ano pode representar. Tudo o que podemos concluir, nesse momento, é que teremos um ano novo graças a governo novo. Mas, diferente da saudação tradicional, pode ser feliz regresso novo.
Enfim, que venha 2019. Afinal, ano novo, com lides novas.
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