quinta-feira, 14 de março de 2019


O “Madurismo”: consequência interna ou externa?

     Após a morte do popular presidente da Venezuela, Hugo Chaves, após lutar contra um câncer de anos, o antes vice Nicolás Maduro o sucedeu no posto máximo, observado pela encurralada oposição, que não disfarçava a sua apreensão. Será que Maduro seria a continuidade de Chaves?
    A resposta aparece anos depois: uma versão bem autoritária e endurecida, que estaria refletindo na saída de muitos venezuelanos. Além da adversidade política ao embargo dos EUA, Maduro se volta contra o Brasil de Bolsonaro, ao qual fecha as suas fronteiras.
     O fechamento ao Brasil também tem razões políticas: antes, o presidente Jair Bolsonaro havia declarado ajuda militar aos EUA para possível ataque à Venezuela a fim de tirar Maduro do poder à força. Em contrapartida, Maduro encontra a solidariedade militar da poderosa Rússia.
     Esse quadro divide opiniões nas redes sociais. Parte da esquerda defende Maduro enquanto governo eleito na última votação. Outra parte admite a crise e não gosta do madurismo, o estilo Maduro de governar. O debate sobre o assunto nas redes sociais é intenso.
     As críticas nas reais intenções de Trump sobre o abundante petróleo venezuelano são muitas e fundamentadas em fatos anteriores. Entre os críticos do madurismo, o baixo quórum de eleitores (30%, o voto lá é facultativo) e pela grave crise de abastecimento interno e inflação.
     É sabido que a crítica ao madurismo, no plano político-ideológico se iniciou, na realidade, com o chavismo de Chaves. Embora tenha sido comparativamente mais suave, o chavismo foi criticado igualmente por acusações de ataques a oposicionistas.
     Chaves foi mais inteligente na sua relação com a classe empresarial e com o povo, conseguindo melhorar alguns serviços públicos e diminuir a desigualdade econômica. Já Maduro endureceu relações com o empresariado e com os opositores, gerando a crise interna, sociopolítica e econômica.
     Um prato cheio para os EUA idealizarem o embargo econômico tal como já fazem com Cuba há décadas. O que aprofundou a crise de abastecimento interno e disparou a inflação. Enquanto a grande mídia vende que o problema foi causado pelo madurismo, a ONU critica o embargo.
     Enquanto esse fogo cruzado só acirra o temor do povo venezuelano da iminência de guerra internacional, resta aos especialistas diversos se elucubrar em conjeturas diversas sobre as origens da grave crise interna atravessada pela Venezuela. E nós, torcendo pela retomada da paz e da democracia.
Revisto em março/2019.

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