O “Madurismo”: consequência interna ou externa?
Após a morte do popular
presidente da Venezuela, Hugo Chaves, após lutar contra um câncer de anos, o
antes vice Nicolás Maduro o sucedeu no posto máximo, observado pela encurralada
oposição, que não disfarçava a sua apreensão. Será que Maduro seria a
continuidade de Chaves?
A resposta aparece anos depois:
uma versão bem autoritária e endurecida, que estaria refletindo na saída de
muitos venezuelanos. Além da adversidade política ao embargo dos EUA, Maduro se
volta contra o Brasil de Bolsonaro, ao qual fecha as suas fronteiras.
O fechamento ao Brasil também
tem razões políticas: antes, o presidente Jair Bolsonaro havia declarado ajuda
militar aos EUA para possível ataque à Venezuela a fim de tirar Maduro do poder
à força. Em contrapartida, Maduro encontra a solidariedade militar da poderosa
Rússia.
Esse quadro divide opiniões nas
redes sociais. Parte da esquerda defende Maduro enquanto governo eleito na
última votação. Outra parte admite a crise e não gosta do madurismo, o estilo Maduro de governar. O debate sobre o assunto
nas redes sociais é intenso.
As críticas nas reais intenções
de Trump sobre o abundante petróleo venezuelano são muitas e fundamentadas em
fatos anteriores. Entre os críticos do madurismo, o baixo quórum de eleitores
(30%, o voto lá é facultativo) e pela grave crise de abastecimento interno e
inflação.
É sabido que a crítica ao madurismo,
no plano político-ideológico se iniciou, na realidade, com o chavismo de Chaves. Embora tenha sido
comparativamente mais suave, o chavismo foi criticado igualmente por acusações
de ataques a oposicionistas.
Chaves foi mais inteligente na
sua relação com a classe empresarial e com o povo, conseguindo melhorar alguns
serviços públicos e diminuir a desigualdade econômica. Já Maduro endureceu
relações com o empresariado e com os opositores, gerando a crise interna, sociopolítica
e econômica.
Um prato cheio para os EUA idealizarem
o embargo econômico tal como já fazem com Cuba há décadas. O que aprofundou a
crise de abastecimento interno e disparou a inflação. Enquanto a grande mídia
vende que o problema foi causado pelo madurismo, a ONU critica o embargo.
Enquanto esse fogo cruzado só
acirra o temor do povo venezuelano da iminência de guerra internacional, resta
aos especialistas diversos se elucubrar em conjeturas diversas sobre as origens
da grave crise interna atravessada pela Venezuela. E nós, torcendo pela
retomada da paz e da democracia.
Revisto em março/2019.
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