segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Eduardo Bolsonaro e AI-5: opinião pessoal ou ameaça real?

     Nesta última semana Jair e Eduardo Bolsonaro se tornaram alvos de reportagens que mostrariam situações tensas para a família.
     O nome do presidente ecoou em depoimento do porteiro sobre movimentações de milicianos envolvidos no assassinato de Marielle Franco, que tem seguido sem novas investigações por algum tempo.
     O filho Eduardo virou alvo de chumbo grosso das mídias em geral por defender "a necessidade" de um novo AI-5 "se a esquerda se radicalizar".
     Neste artigo, vale sinalizar o objetivo exploratório sobre a fala do deputado federal e suas implicações possíveis. Mas afinal, oque foi o AI-5?
     O AI-5 é o mais famoso dos Atos Institucionais decretados pelos militares para o controle social empregando meios violentos de abordagem e banimento de opositores políticos nos porões dos DOI-CODI sob torturas e muitas mortes.
     Ou seja, no Brasil, mais radical do que a extrema direita, impossível.
     Ainda assim, só a declaração do deputado não seria suficiente para que a oposição protocolasse pedido de cassação e haver abaixos-assinados online para o mesmo fim.
     Afinal, ele pode ter apenas exposto uma opinião, mais efusivamente. Assim como há quem defenda os crimes políticos de ditadores como Stalin e Mao-Tsé, por exemplo.
     Mas há uma entrelinha percebida pela oposição. 
     O problema foi que a declaração teve tom de ameaça: é como "se a esquerda se radicalizar será necessário impor um novo AI-5". É, de fato, ameaça.
     Além da ameaça, o AI-5 foi criminalizado pela CF de 1988, o que pode complicar a vida de quem faz apologia a ele e a quaisquer outras violações de direitos humanos.
     Sem mencionar que Eduardo Bolsonaro tem faltado com o decoro parlamentar várias vezes, aproveitando-se de seu poder de filho do presidente da República. Apesar do nome Bolsonaro queimado pelas ligações próximas com milicianos.
     Vai ser o processo de cassação mais moroso que se tem notícia contra um deputado, por conta da contraditória relevância do nome Bolsonaro.
     

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