domingo, 15 de março de 2020

Coronavírus: analisando possíveis verdades - 2

O artigo anterior se dedicou a analisar as informações, algumas controversas, para finalizar com pontos já fundamentados.
     Um dos pontos mais discutidos sobre a família Coronavírus, mais precisamente o vírus desta pandemia, é sobre a polêmica relação com o tipo climático. Controversa, mas passível de algum fundamento. 
     É interessante que, apesar da pandemia declarada pela ONU, os maiores índices se concentram na zona temperada amena, entre a dos trópicos e a temperada fria em ambos os hemisférios. É a faixa de gradação do amarelo ao esverdeado claro.
     Essa faixa tem climas diferentes, mais secos ou úmidos conforme a latitude, com invernos suaves. No hemisfério Norte estão China, Japão, Ásia central, Oriente médio, toda a zona mediterrânea, norte africano e a parte central dos EUA.
     Já no hemisfério Sul, as poucas áreas terrestres abrangidas são o extremo sul da África do Sul, Austrália (Tasmânia, ilhas próximas e adjacências do sul continental), Ilha do Sul (Nova Zelândia), e a Patagônia (América do Sul).
     Com climas subúmidos a úmidos e invernos mais suaves, a zona amena abrande as áreas mais populosas da China, Japão, Ásia central, Oriente médio, Mediterrâneo todo (sul europeu ao extremo norte africano), e faixa central dos EUA.
     Nessa faixa estão os países desenvolvidos e os de maior IDH do mundo, palcos de muitas movimentações de imigrantes de várias origens, por motivos de trabalho ou negócios, ou encontros políticos.
     Como mostra o citado mapa, nela estão as maiores incidências viróticas (círculos). Isso ajudou na polêmica em comentários difusos na internet.
     A origem de tais comentários veio de notícia transmitida em várias fontes, as quais relacionam a disseminação do vírus ao tipo climático ou sazonalidade, sendo as baixas temperaturas mais propícias. O mapa acima reforçaria tal notícia.
     Daí alguns governos já se disporem (ou torcerem) pela diminuição dos surtos com o aumento das temperaturas médias, coordenada com as políticas de contenção. Aqui no Brasil, inclusive.
     Pimentas: 1: com dezenas de casos cada, Brasil e Austrália estão no verão, em cujo auge se noticiaram os primeiros casos. 2: mesmo que nos períodos quentes haja alívio, o Covid-19 não vai sumir. Os surtos apenas amenizarão.
     Mais pimentas: 3: o verão está mais calmo que os anteriores por aqui e só agora em seu final esquenta de novo. 4: a Europa agora é o epicentro, após a China se lançar em estratégia agressiva. 5: a pandemia ainda não chegou ao seu ápice.
     Além da questão climática, dois outros temas merecem reflexão: o papel de Cuba, e a dança das autoridades nos EUA nessa semana.
     A primeira notícia sobre Cuba é que ela esteja criando uma vacina para Covid-19, em verdade uma fake news. A verdade: foi criado um interferon reforçado contra o vírus, e se estuda a possibilidade de fabricação em larga escala para exportação.
     E falando em vacina, nos EUA Trump teria pressionado os cientistas a criar uma urgente, e recebido resposta escrita de um deles na revista Science: ciência precisa de recursos e de tempo para que sejam alcançados os primeiros bons resultados.
     Sim, o presidente estadunidense cortou os recursos para a pesquisa após mostrar desprezo à prestigiada comunidade científica local.
     Nessa semana, o secretário Wajngarten e a advogada do presidente Bolsonaro se assumiram estar infectados. Eles estiveram na comitiva presidencial no encontro dessa semana com Trump nos EUA.
     De volta ao Brasil, Bolsonaro fez testes com contraprova, dando negativo, segundo a mídia. Mas foi orientado a se isolar, enquanto Wajngaten se vangloriou como "prova de que (Covid-19) não é bicho de sete cabeças como falam". 
     Fala irresponsável de um inconsequente. Após se assumir doente, a advogada nada declarou: afinal, o silêncio é de ouro. As palavras dele, tiradas da fossa. E o Bolsonaro, terá sido a autoridade pioneira infectada no mundo?
     Enquanto isso, nos EUA, o líder Donald Trump passou por testes após o encontro: negativo. Mas o prefeito de Miami se assumiu infectado, após o encontro. Tudo, de acordo com a mídia.
     Enfim, os fatos revelados aqui não constituem verdades absolutas. Mas é inconteste que o Coronavírus veio para ficar. Por bom tempo, pois a pandemia ainda não atingiu seu ápice. 
     Portanto, vida que segue, com muita calma nessa hora. Seguindo protocolos de proteção, claro.
     

Com créditos de:
Mapa acima: http://www.painelglobal.com.br/noticias.php?t=Pesquisadores_relacionam_disseminacao_do_COVID-19_com_temperatura_e_umidade&id=20200313-112751

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0021-75572017000300294&script=sci_arttext&tlng=pt


https://www.nationalgeographicbrasil.com/ciencia/2020/02/temperatura-altas-surto-coronavirus-clima-quente-verao


https://www.publico.pt/2020/03/13/ciencia/noticia/coronavirus-relacao-estreita-clima-aponta-verao-calmo-portugal-1907601


https://visao.sapo.pt/visaosaude/2020-03-11-covid-19-modelo-cientifico-preve-que-o-pico-mundial-seja-no-proximo-inverno/


https://rr.sapo.pt/2020/03/13/pais/coronavirus-marco-e-abril-devem-ser-meses-de-expansao-em-portugal-diz-investigador/noticia/185333/


https://brasil.elpais.com/brasil/2020-02-27/governo-aposta-no-verao-e-em-acao-coordenada-para-frear-propagacao-do-coronavirus-no-brasil.html


     

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