segunda-feira, 23 de março de 2020

Covid-19 e o capital


     Após a fragilização do socialismo, hoje restrito a poucos países, uma bomba informativa tomou o mundo. Ela não se deve a essa retração, mas com a sofisticação e maior popularidade da informática e, enfim, da internet em larga escala.
     Entre tantos informes variados, a emergência de novos vírus, como o HIV nos anos 1980,  Ebola africano e os hantavírus das Américas na década seguinte. E, no presente século, os das febres hemorrágicas, gripes asiáticas e do Oriente Médio e, enfim, o Corona.
     O HIV foi inaugurador da era da sofisticação tecnológica da comunicação. As mídias já empregavam a automação passando informação mais rápidas. Ebola e MERS (gripe do Oriente Médio), a informática; e os demais citados, a informação em tempo real.
     A informação em tempo hábil dá às autoridades vantagem de ganhar tempo de lançar suas estratégias para conter ou evitar tragédias como a da pandemia de gripe espanhola que matou mais de 80 milhões em 1917-18.
     Mas, o caso Covid-19 merece reflexão. Ele compete com a força ciclônica da concentração de capital do mercado financeiro, agora com ápice nos países com protagonismo nesse ramo, após a China, maior potência econômica hoje.
     O alerta global logo após a declaração de pandemia de Covid-19 pela OMS é razoável. Mas o primeiro a panicar foi o mercado financeiro, e só depois se noticiou o medo entre os povos, a partir da explosão nos países mais afetados.
     A notícia prioritária do plano econômico se deu porque os grandes do capital financeiro temeram a perda de suas fortunas, sustentadas pelos mais pobres. Eles detêm mais de 50% do capital global, que se torna cumulativo e improdutivo.
     Mas as reações das autoridades no mundo não foram exatamente as mesmas. O chilique foi maior entre os governos liberais agressivos como os da Itália, Hungria, EUA e no Brasil. No primeiro se vê hoje o resultado calamitoso.
     Governantes liberais-democráticos lançaram políticas de contenção, com medidas drásticas de quarentena e higiene e fornecimento de materiais e força-tarefa aos sistemas de saúde. EUA, Cuba e China já pesquisam novos tratamentos e vacinas anti-Corona.
     No Brasil, algo tinha que piorar na era Bolsonaro: Eduardo, o filho, causou forte incidente diplomático com a China, cujo chanceler exigiu retratação do deputado ou do presidente. Mas quem se retratou mesmo foram Rodrigo Maia e Lula.
     Enquanto isso, Guedes-Bolsonaro negligenciam a Covid-19 galopando para cima e logo propuseram cortes que penalizam a maioria popular e "salvar o mercado financeiro".
     Em hipótese de descontrole global, a pandemia poderia causar um colapso nos sistemas de saúde pública já supersaturados; e no outro, crash nas bolsas de valor e falência de gigantes empresariais e do mercado financeiro.
     E hoje até o momento não conhecemos uma versão moderna de Roosevelt para meter um New Deal high tech para reerguer as garantias de proteção social que vem sendo corroídas e o próprio mundo capitalista.
     Para quem não sabe: o New Deal foi imposto nos anos 1930 por Franklin Roosevelt, então presidente dos EUA, e priorizou atender às necessidades populares, e favorecer o mercado.
     A pandemia ainda vai durar algum tempo. E, quem sabe, o Corona, minimizado por nomes extremistas como Bolsonaro, possa dar as lições que a humanidade, principalmente quem está "lá em cima", possa aprender. A duríssimas penas. 
     
     
     

     
     

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