domingo, 28 de junho de 2020

Bolsonaro entre a laranja e o vírus

Nos últimos dias, a imprensa se voltou toda em dois temas que rebuliçaram a vida de Jair Bolsonaro e seus filhos: a explosão de Covid e, principalmente, a prisão do ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz.
     Mesmo sem a devida atenção popular, o novo surto do Covid é importante por dois elementos. Um deles foi a causa: reabertura precipitada da atividade econômica junto à certa indiferença popular à profilaxia.
     O outro elemento é que a conta cai mais ainda na conta do presidente: por interesse, incitou o povo a voltar ao trabalho dando o mau exemplo de aglomerar pessoas e recusar máscara, e a fraude do Coronavoucher parar em tantas mãos indevidas, cuja explicação foi recusada.
     São elementos adicionais ao novo processo assinado e enviado pelo grupo Juristas pela Democracia, com solidariedade popular, ao Tribunal Penal Internacional, por incitação ao genocídio, incluindo ecocídio por crescente destruição das áreas naturais e desassistência aos povos da floresta devido aos assassinatos e ao Covid.
     E pegou mal o pronunciamento, em cadeia de TV, de Bolsonaro com o ministro Guedes e o do Turismo, de condolência pelas mais de 55 mil mortes pelo Corona. Embora a fala rápida do presidente fosse mais tétrica do que o estático Guedes, o Gilson, ministro do Turismo, como sanfoneiro, matou Schubert de novo ao tocar e entoar Ave Maria às 18h.
     O que fez a postura do presidente tão terrífica foi o discurso nitidamente forçado, esdrúxulo e sem sentimentos. Ele deixou claro que era melhor não ter se pronunciado. Foi mais sincero nos desaforos de desprezo aos trabalhadores vitimados pelo flagelo. Não deu para saber se ele parou por isso ou pelo desafino do músico.
     Mas, se muitos pouco se lixam o para Covid e desconhecem o processo no TPI, o mesmo não se pode dizer sobre a descoberta e prisão de Queiroz. Afinal, as polícias Civil e a Gaeco (um grupo de operações especiais) em Atibaia vieram responder à pergunta popular que se arrastava há tempos: cadê o Queiroz?.
     Ele esteve na casa de Frederick Wassef, advogado dos Bolsonaro, em cuja entrevista dada a Andreia Sadi, na Globo News em 25/6, negou ter abrigado Queiroz em sua casa em Atibaia, interior paulista, e ser advogado da família do presidente. Duas mentiras gritantes.
     Primeiro porque a polícia viu o carro de Wassef na garagem, soube que Queiroz estava lá há mais de um ano, e antes que o advogado mentisse mais uma vez, descobriu que ele advogou o finado miliciano Adriano da Nóbrega, assassino de Marielle Franco (PSoL-RJ)
     Não é de se surpreender. Em 2018, nas primeiras investigações da execução de Marielle, a PF-RJ identificou a autoria de milicianos sob chefia de Queiroz, que sumiu após a posse de Bolsonaro. Mas, quando a PF-RJ e a do DF descobriram que o sumido foi só pau mandado, os respectivos delegados foram assassinados.
     Enquanto a pergunta sobre Queiroz pegou fama, em meados do ano passado, circulou uma rápida matéria sobre terem visto Queiroz tomando um café em uma padaria no interior paulista. O teriam até fotografado. Mas logo tudo se abafou e até surgiu boato de que ele tenha sido "matado". Mas a pergunta popular perdurou.
     Agora, enquanto a tragédia se alastra, sob os olhos de um MS militarizado após a saída de dois médicos e um enfermeiro renomado em saúde pública em plena epidemia, Queiroz é encontrado, após retomada das investigações da PF-RJ sobre a morte da vereadora. E vieram dados sinistros.
     Nas investigações feitas até agora, Queiroz prestou muitos favores aos Bolsonaro, mais ao Flávio, para quem ele operou muitas rachadinhas e antes depositara R$24 mil para a primeira-dama. Ele pagava as mensalidades das escolas dos filhos de Flávio. Com as rachadinhas, certamente.
     Flávio já era investigado há tempos na participação na especulação imobiliária irregular em favelas dominadas por milícias. Os indícios de antes se tornaram provas. Erguidos em áreas ambientais preservadas, tais imóveis são estruturas bem precárias. Um exemplo é o prédio de Muzema, que desabou matando alguns moradores.
     Essa relação tão estreita com Flávio foi direto no coração da família, mas talvez não seja isso o que mais incomoda, e sim a possivelmente Queiroz cumprir a delação premiada em acordo deste com o MP. Delação esta que se revela um perigo.
     Apesar da confiança dos Bolsonaro, Queiroz os conhece há mais de 30 anos. Sabe que a sua vida pode ser ceifada de qualquer modo, daí priorizar a de sua família, e feito acordo. Afinal, os bandidos também amam. Nem o vídeo de Flávio o defendendo o convence. 
     Se a delação possível do amigo e laranja estremece os Bolsonaro, dando a entender de vir a público muito mais do que a geral sabe, outro incômodo absurdo é o íntimo reconhecimento de ser o maior culpado pela tragédia do Covid. Mesmo não querendo transparecer, ele carrega no colo dois pesos pesados: um vírus mortal e uma laranja pesada e podre.
     

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TPI = Tribunal Penal Internacional, em Haia, Holanda.
     

terça-feira, 23 de junho de 2020

Guedes, o submarino sob a tempestade

     Não bastasse a guerra dos Bolsonaro, contando com seus apoiadores, contra a atuação do STF em relação às muitas imprudências e demonstrações irresponsáveis da equipe de governo, surge outro rebuliço na guerra: a captura de Fabrício de Queiroz.
     A prisão de Queiroz respondeu à pergunta que ficou na boca do povo: cadê o Queiroz?, por conta de outros processos policiais resolvidos e o dele não. Nesse meio tempo Bolsonaro alimentou a catarse de seus fãs como "enviado de Deus".
     Certamente todos no Rio sabem da proximidade velha entre os Bolsonaro e Queiroz, ex-capitão da PM e cabeça da milícia carioca. Essa proximidade mostra a natureza da família e a prisão do amigo a desmascara publicamente.
     A prisão dele é para os Bolsonaro uma bomba pior do que a execução do miliciano Adriano, executor de Marielle e Anderson. Esse assombroso segredo mais condena do que protege a família das investigações e aguça ainda mais a antiga suspeita pública.
     Por baixo da superfície do mar fedorento, um submarino opera em silêncio. É Guedes, que as mídias da casa grande insistem em poupar. Indiferente à tragédia do Corona na superfície, o ministro do caos econômico centra a sua atenção em planos nada brasileiristas.
     São as propostas de que já sabemos: capitalização da previdência social, enfraquecimento da lei e justiça trabalhistas, a venda, em preço da casca de banana das nossas estatais Caixa (CEF), Banco do Brasil, Correios, a Eletrobrás e a Petrobrás para as grandes transnacionais.
     Das instituições acima, BB, Eletrobrás e Petrobrás são entidades de economia mista, com 49% de capital privado, e as demais, de capital 100% público. O regime trabalhista é celetista. Em teoria, características "privatizantes", só entre aspas mesmo. Mas, por que a ambição?
     Guedes se guia pela sua formação no movimento dos Chicago Boys, que formou os mais ricos banqueiros e especuladores do mercado financeiro mundial. Mas, também especializou na indiferença à necessidade equilibradora do Estado para preservar a parte socioambiental.
     Trabalhou no Chile com o sanguinário Pinochet, ídolo de Bolsonaro: capitalizou a gestão de serviços públicos essenciais (saúde, educação, infraestrutura, segurança), e a previdência, o que reduziu à extrema pobreza milhões de chilenos. Ele e Pinochet saíram em 1989, mas o pior ficou. E aguçou com o tempo.
     Apesar de vender a falácia do Chile como a Suíça da América Latina, graças à previdência privatizada e não às belas paisagens naturais com altos picos nevados ao fundo, ele tem ciência do estrago socioeconômico de seu feito, pois evita retornar lá a todo custo!
     O exemplo chileno serve para mostrar o quão arriscadas são as propostas e manobras de Guedes para o Brasil. Mas é bem possível que a coisa não se feche, não só por causa da corda bamba em que o governo se esforça em equilibrar, mas também por empecilho histórico.
     A ideia de vender as estatais brasileiras é de agora. No governo FHC, a privatização muito intensiva reduziu quase 70% do volume estatal, na siderurgia (CSN), mineração (Vale) elétrico (centrais estaduais), no financeiro (bancos estaduais) e no transporte (rodovias e ferrovias).
     Os economistas da época chegaram a crescer o olho na Petrobrás e BB, mas houve reação popular. Não conseguiram o intento, mas extinguiram o monopólio da petrolífera na pesquisa e exploração de petróleo e gás. Cientes, apesar dos rumores. os petistas e Temer não seguiram adiante.
     A indiferença de Bolsonaro à nação mune a pauta privatista. Por isso que o tema para essas estatais retornaram com força para o ministro como "porra de BB", "merda desses Correios" e tudo que ele considera um verdadeiro cocô público.
     Mas há uma barreira de história e lucratividade. Os Correios se originaram em 1663 e se tornaram a atual ECT em 1969. Os bancos foram fundados por D. João VI e a Petrobrás, em 1953, na era Vargas. São patrimônios sólidos, que enchem a nação de orgulho.
     Como empresas 100% públicas, os Correios e a CEF geram enormes lucros diretos ao próprio Estado, fora as arrecadações de impostos. Com BB e Petrobrás, a forte rentabilidade infla o valor das ações públicas e privadas. A enorme clientela gira dezenas de bilhões anuais, tal como o ainda alto valor do petróleo.
     Além disso, vale dizer da barreira encontrada na incerteza do futuro do governo Bolsonaro, que se esforça em se equilibrar na corda bamba. Em cena segue o julgamento do TSE que pode cassar a chapa presidencial, a primeira na história da República. 
     Fora isso, as votações das reformas não anda devido à estagnação e ameaças do presidente de ainda cancelar o Coronavoucher aos necessitados, o que enrola relações com o Congresso, cujo o presidente permanece impávido, sentado na pilha de pedidos de impeachment brotados de todo lado.
     Se a chapa for cassada, o submarino desaparecerá e o Brasil será salvo pelo gongo. O Brasil segue, deitado eternamente em berço esplêndido à espera do desfecho final. E nós ficamos na torcida por um possível desfecho feliz. Quem viver, verá.

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Crédito da imagem: Google (https://museulinguaportuguesa.org.br/objetos-com-p/) 

quinta-feira, 18 de junho de 2020

Sara, STF e governo: a prisão repercute

     A notícia da prisão de Sara Winter, líder dos 300 do Brasil, grupo de extremistas de direita, soou como bomba por todo lado, em especial o grupo, que se sentiu fragilizado.
     Não pela figura em si, que sabemos ser fichinha. Mas pela autoria de quem decretou que a PF desse mandado de prisão.
     Entre a inércia de Rodrigo Maia quanto à apreciação dos 46 pedidos de impeachment, uma maciça maioria da população já indo às ruas e as ameaças de Bolsonaro e militares, o STF vem atuando com vigor inesperado.
     A julgar pelas reações da ala próxima a Bolsonaro, a bomba virou uma granada nas mãos de cada um. O presidente chegou a pedir calma aos indiciados da equipe das fake news.
     Tudo porque, paralelamente às continuadas descobertas do Anonymous, o STF aprovou a manutenção do inquérito das fake news, bem como negou o pedido de habeas corpus do agora ex-ministro Abraham Weintraub, cujo destino parece ser o Banco Mundial, nos EUA. Com alto risco de extradição.
     O curral judiciário atingiu os militares, que mesmo enviando uma nota desclassificando a carreira de Celso de Mello e acusando indício de "ditadura judiciária", receberam dura fala do STF, cuja energia amplifica reflexos nas atividades do MP e PF. E isso estava sendo temido.
     Reflexos que acabam de atingir os Bolsonaro: agentes da PF e da GAECO (grupo voltado à repressão do crime organizado) prendeu Fabrício Queiroz, flagrado escondido numa casa em Atibaia, interior de SP, propriedade de Frederick Yaseff, advogado dos Bolsonaro. 
     Spoiler 1: o advogado negou saber que Queiroz estava na casa, mas a contradição doeu: o miliciano estava lá há mais de 1 ano e os policiais viram o seu carro na garagem.
     Spoiler 2: quem denunciou o esconderijo de Queiroz foi a filha de Olavo de Carvalho....
     Embora não tenha relação com o inquérito das fake news, a prisão de Queiroz atinge em cheio os Bolsonaro, em especial Flávio. A nota deste em defesa do amigo só potencializou a possibilidade de cassação de seu mandato.
     Tal contexto indica a importância da figura que agora está alojada no presídio de Gericinó, em Bangu, dada a relação não só com os Bolsonaro, como também expõe a triangulação das ligações entre a família, o ex-assessor de Flávio e o crime organizado das milícias no RJ.
     E, claro, bom lembrar: Fabrício Queiroz é apenas um vagão do trem logo atrás de Sara. E, a julgar pela descoberta da Carlos como cabeça da equipe das fake news pelo Anonymous, e muito a se descobrir de Eduardo, que foi à Bahia 2 dias antes de matarem o miliciano Adriano, o trem poderá terminar em... adivinhem.

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Links:
https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2020/06/15/juristas-aprovam-prisao-sara-winter.htm

https://www.nexojornal.com.br/expresso/2020/06/15/A-pris%C3%A3o-de-Sara-Winter-e-outros-manifestantes-bolsonaristas

https://www.redebrasilatual.com.br/politica/2020/06/prisao-de-sara-winter-e-so-o-primeiro-passo-diz-wadih-damous/

https://www.redebrasilatual.com.br/politica/2020/06/sara-winter-e-afigura-de-uma-organizacao-que-ainda-esta-oculta-diz-professora-da-ufrj/

sábado, 13 de junho de 2020

Terror da PM, hospital invadido e anomia

     No mesmo dia, duas notícias estamparam as TVs: a violência policial como não-violação e a invasão de hospitais para "fiscalizar e filmar". A primeira foi proferida pela ministra Damares, e a outra, por Jair Bolsonaro.
     O que se denuncia neste blog é que Damares é ministra dos Direitos Humanos, da Mulher e da Família (?) e Jair, presidente (?) da República, por sua vez autoridade máxima do Executivo.
     A visibilidade da primeira foi ligeiramente ofuscada pela segunda, visto que a ministra é subordinada àquele eleito a autoridade máxima da República no momento. Mas ambas preocupam igualmente.
     As interrogações expressam a dúvida critica sobre os seus duvidosos conceitos de direitos humanos e atuação policial, e na relação com os serviços de saúde pública, através de todos que neles trabalham, os locais e os 70% da população que dependem do SUS.
     O problema das falas reside mais na repercussão social das mesmas, e é nesse aspecto que a segunda fala tornou mais visível e ressoou até na imprensa internacional. Mas, lembrem-se, ambos são parte de uma mesma esfera: o governo. E é por isso que ambas são iguais.
     Embora pareça problema recente, a violência da PM - e eventualmente do Exército - são frutos consolidados da ideologia da ditadura militar pela qual o "inimigo" está aqui e deve ser combatido. Só que o inimigo não é o guerrilheiro de outrora, mas o cidadão comum. 
     Se preocupam em continuar a fracassada guerra armada contra o tráfico, mas não contra as milícias, dada a ligação desta com autoridades e a quem manda, a elite.
     A ideologia militar de 1964-85 transformou a função básica de segurança da PM de conter e prender criminosos, na violência que atinge, com mais intensidade na era de Bolsonaro, mais cidadãos inocentes do que criminosos. 
     Criada na era Lula, a Força Nacional é, por lei, acionada apenas em descontroles. Em 2017 foi usada na intervenção convocada pelo então presidente Temer bem no momento em que o povo se manifestava contra a reforma da Previdência. A desculpa usada: a emergência do descontrole do tráfico, que sempre existiu.
     A convivência dos trabalhadores com PMs, tráfico e milícia existe há várias décadas. O medo da morte moldou condutas nas comunidades em garantia de vida. O silêncio do medo denuncia mais que os pedidos de ajuda. E pedir ajuda a quem?
     Segundo a Corregedoria da PMERJ, os números de homicídios em 2019 foram menores do que em 2018. Mas só consideraram os cometidos pelos criminosos comuns. A soma com os cometidos pela PM supera a do ano passado. Só em abril deste ano, 117 pessoas morreram nas mãos da PM: o Covid não pôs a PM em quarentena!
     Os manifestos populares pela democracia também foram atacados, bem como foram bem tratados os bolsominions pela PM. Também não é a primeira vez: PMs até tiraram selfies com estes, e com aqueles que se manifestaram contra Dilma anos atrás.
     A convocação de Bolsonaro para invadir hospitais para "conferir leitos de Covid" serviu de lei para as hordas de bolsominions ferozes invadirem dois hospitais cariocas, quebrando o que viam pela frente e agredindo servidores. Um absurdo: o risco direto e indireto do Covid para os invasores e os seus próximos, e os crimes do mandatário.
     Tal conjunto de ações criminosas de Bolsonaro em seu um ano e meio de mandato, que já repercutiram na imprensa várias vezes, confirma o cultivo dessa violência que caracteriza o fascismo, conforme aponta Robert Paxton em seu Anatomia do Fascismo
     O maior efeito disso está no desregramento total das leis constitucionais, da democracia e do Estado, esgarçando o tecido social resultando numa profunda anomia. O comportamento das hordas de bozominions, incentivados à violência gratuita mesmos sendo chamados de bosta pelo presidente, revelam a anomia.
     A anomia social é o fruto desse esgarçamento, e o Brasil vai perdendo a sua identidade enquanto um povo espontâneo, expansivo e receptivo, herança do temperamento africano, dominada pela apatia da maioria, que esconde uma revolta silenciada pelo temor do ódio de uma minoria barulhenta e elitista.
     Mas é essa revolta que vem descambando aos poucos em manifestações pró-democracia no desejo incontrolável de recuperar o pouco que estava sendo conquistado. O desejo de recuperar uma nação que tem sido alquebrada com tanta veemência em menos de 2 anos.
     Somente a pressão popular nas ruas, cada vez mais enfáticas, poderá convencer e apressar as autoridades a dar celeridade aos processos já iniciados. Provas contra o mentor fascista não faltam. Estamos entre a caldeira e a doença: ou cassam a chapa reinante e seus direitos políticos, ou a nação entra em falência, na anomia total.
     

CURTAS 98 - ANÁLISES (Brasil- Congresso)

  A GUERRA POVO X CONGRESSO                     A derrota inicial do decreto do IOF do governo federal pelo STF foi silenciosamente comemo...