quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Eleições 2018 e a crise 2: o papel ativo do voto nulo
Apesar da previsão de inverno mais frio do que a média, em eleição este ano é quente pra chuchu no Brasil. A despeito dos números, a incerteza domina o cenário eleitoral. Condenado e preso um ex-presidente com provas controversas, e livres nomes bem mais perigosos, que geram aversão e repulsa, nas redes sociais se digladiam dois grupos de campanha: um defensor do voto consciente e o outro defensor do voto nulo.
Com apoio governamental, a campanha do voto consciente é constante desde a era Collor. Foram eleitos vários nomes novos, que não demoravam, no entanto, a aparecer em falcatruas divulgadas nas mídias, como até hoje. Com os escândalos de corrupção atuais, surgem as contracampanhas pelo voto nulo, que tomam a internet e as mídias.        Os indecisos em geral votam em branco, mas seus votos são computados em favor do candidato ou legenda em vantagem. Por não ser computado, o voto nulo é perdido, não invalidando o pleito mesmo sendo maioria. Ainda assim, a opção pelo nulo cresce nas redes sociais, proporcionalmente ao número de candidatos provadamente criminosos à eleição/reeleição.
Daí entra a preocupação do governo, que inova na campanha do “voto consciente”: “quem vota nulo se anula”. O slogan faz sentido para quem vota apenas se aventurar, mas não para quem o faz por razões mais sólidas. E o governo sabe muito bem disso.
A grande maioria dos que votam nulo é de quem o usa como protesto: novos nomes não garantem nova política, com inúmeros exemplos há tempos. Na nossa cultura política, os interesses do grande capital pesam mais na representação dos candidatos. Mesmo sabendo ser seu voto sem efeito, os eleitores demonstram nele sua rejeição à preferência dos eleitos pelo poder em detrimento das necessidades da nação. E isso é uma razão profunda.
O governo e a mídia sabem que os optantes pelos voto nulo podem ter forte consciência política, tornando o seu voto, portanto, uma mensagem de alerta ou de discordância às escolhas. O que já basta para mostrar que a nulidade não está em quem vota pelo nulo, mas em quem vai pela ideia do nome novo, e/ou quem vota em branco, sem saber que perpetua a política contaminada, viciada e velha de sempre.
 

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