quinta-feira, 9 de agosto de 2018


Escola sem Partido e a crise: o fundo do poço da ignorância política

Estamos num momento em que se aborda muito sobre a ignorância política nas mídias e nas redes sociais, ringues de ataques virtuais, iniciados quando alguém acusa políticos de determinada ideologia, não importa qual seja. Mas, afinal, como podemos definir e identificar a ignorância política?
É difícil definir a ignorância política por esta independer da corrente ideológica e pela indisfarçada conveniência midiática. Mas é fácil identifica-la: ataques subliminares a nomes de certa corrente podem indicar defesa a nomes de oposição – longe de ser politicamente alfabetizado. E isso tudo só enfatiza o histórico descaso com a educação.
As mídias enfatizam o tema em bons ou maus números sobre a alfabetização dos mais pobres, restringindo a discussão da qualidade na crítica às condições acintosas dos docentes, face à vergonhosa ostentação dos políticos e do judiciário. Não mensura sobre a capacidade da escola de completar a formação de cidadãos, de muni-los, inclusive, de alfabetização política – alvo do projeto conhecido como Escola sem Partido, do senador-pastor Magno Malta, que visa proibir o tema em aula “em respeito às convicções religiosas dos alunos”, demitindo e punindo professores “infratores” e tendo, claro, a doutrinação religiosa como pano de fundo.
Tal projeto visa, portanto, destruir a própria essência da educação, pois para a formação da cidadania, prevista pela Conferência Mundial de Educação para Todos (Tailândia, 1990), do qual o Brasil é signatário, e pela LDB/1996, é função da escola reforçar os valores de cidadania (solidariedade, justiça social, respeito à diversidade) e, por fim, capacitar o sujeito para fiscalizar as condutas dos governantes, parte da alfabetização política.
Se sem o mencionado projeto a escola já não tem tradição de alfabetizar politicamente – até por falta de preparo adequado dos docentes –, imagina com o mesmo vigorando, a escola atuando como centro de formação de apolíticos e acríticos prosélitos, e caminho de condução ao mais fundo do poço da crise da ignorância política e sociocultural da história moderna tupiniquim.
E esse ano oferece oportunidade para milhares de professores da educação básica de todo o país de decidirem pelo futuro - seu e das futuras gerações.
           

Um comentário:

  1. politica ....como?...30 anos de regime militar + 14 anos de PT....aja POVO..../SiL

    ResponderExcluir

CURTAS 98 - ANÁLISES (Brasil- Congresso)

  A GUERRA POVO X CONGRESSO                     A derrota inicial do decreto do IOF do governo federal pelo STF foi silenciosamente comemo...