Desde a sua criação e popularização, a internet tem sido a principal fonte de informações atualizadas, notícias, entretenimentos diversos e negócios, no conforto doméstico e outros ambientes, inclusive na rua. Mas, também, passou a ser um espaço amplo para divulgação de páginas de cunho político, especialmente nas redes sociais.
Tais páginas têm proporcionado, propositalmente ou não, debates ou embates entre os usuários, que mostram suas posições políticas e ideológicas, nas quais "revivem" campos dados como "mortos" como direita e esquerda. Campos tão vivos que preocupam a classe política e movimentos da sociedade civil. Não, não é difícil explicar.
Preocupação esta que faz sentido. Especialmente nos últimos anos da era petista, a polaridade entre grupos ideologicamente distintos se direcionou para a agressividade. Grupos que apoiam a direita chamando os esquerdistas de "esquerdopatas" e esquerdistas chamando aqueles de "neofascistas" ou "nazifasci". E não ficou só nisso.
O crescimento dos grupos ditos fascistas - proto ou neofascistas -, muito mais rápido, tem sido impulsionado com a queda do PT como governo e a desorganização histórica da esquerda brasileira, voltando-se contra grupos e movimentos da sociedade civil que lutam por políticas alinhadas como esquerda: emancipação social de negros, mulheres, LGBTIs, indígenas, cotas para universidades e concursos públicos, Bolsa Família, etc.
Esses ataques demonstram a tendência protofascista que atinge em especial as gerações mais jovens e menos instruídas, que se deixam fascinar pela imagem de impoluto e sincero de vários nomes da dita nova direita (que de nova nada tem), que pregam políticas como liberação do porte de armas para os cidadãos ditos "de bem", diminuição da idade penal, aumento dos privilégios para as instituições cristãs, militarização das escolas na educação básica, fim das políticas de distribuição de renda como Bolsa Família.
Tal conjuntura de políticas prometidas pode, se concretizada numa hipotética vitória de Bolsonaro, por exemplo, agravar o estado clínico da sociedade brasileira, já adoentada pela extrema polarização causada pelo aprofundamento da divisão socioeconômica, cultural e filosófica.
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