quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Roda Viva: na linha de tiro entre “bolsominions” e “petistas”

            O Programa Roda Viva foi escalado para sabatinar os presidenciáveis deste ano. Guilherme Boulos (MTST, PSOL); Geraldo Alckmin (PSDB-SP); Manuela D’Ávila (PC do B-RS) e Ciro Gomes (agora no PDT-CE) já passaram por lá, e os últimos, Jair Bolsonaro e Álvaro Dias. Normal, já que o Roda Viva há tempo se apraz nessa nobre função.
            A série de sabatinas com nomes tão diversos causou rebuliços nas redes sociais, revelando a audiência relativamente alta nas entrevistas. Claro, afinal, os eleitores esperam saber do que pensam os candidatos, o que é inteiramente normal, a despeito do arrastar insistente do esquema político, com discursos lindos, mas já desgastados.
            Os dois rebuliços mais relevantes foram os que envolveram Manuela e Bolsonaro, ideologicamente bem opostos. A entrevista com a jovem comunista foi classificada pelos simpatizantes vermelhos como “de tom reacionário e inquisidor”. Já os do militar julgaram como “esquerdopata”: os alvos dos ataques passaram a ser os jornalistas e não os candidatos.
            Há um bom tempo as relações entre a população e o jornalismo andam estremecidas. E nesse ano quente, eleitoral, onde nomes, políticos e juristas, têm notado notoriedade gritante, seja para serem atacados, ou endeusados como salvadores da pátria. Isso porque o povo, dentro ou fora das redes, toma informação dos fatos através da ação jornalística.
            Há quem julgue o jornalismo brasileiro como desgastado ou morto. Mas a conjuntura do momento tem mostrado que o nosso jornalismo está, ou pode estar, mal alfabetizado politicamente, mas não morto, definitivamente. Tendencioso ou não, o Roda Viva, em suas sabatinas, tem mostrado que o nosso jornalismo tem mediado a crise entre o povo e os políticos. Para o bem ou para o mal. 

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