Museu
Nacional: o Brasil em chamas e escombros
Que
o Brasil é uma nação em eterna crise com a sua identidade social, cultural e
histórica não é novidade nenhuma. Mas este é um tema eternamente atual e vivo,
a perturbar as nossas mentes pensantes em penumbrosas elucubrações.
O
pavoroso incêndio que destruiu praticamente todo o Museu Nacional do Rio de
Janeiro, que mal completou 200 anos em junho último, despertou a geral em um
alarme com as proporções trágicas reveladas. O sentimento dominante é o de perplexidade
misturada com certa tristeza com a perda de um dos acervos mais ricos da América
Latina.
Nas
redes sociais, o governo Temer foi responsabilizado com os desvios descarados
de recursos públicos para interesses que julga prioritários, enfurecendo o
desgaste da reputação da classe política nesse ano efervescente. Mas a notícia
também mexeu com os brios de muitos que nunca se importaram com o valor de nosso
acervo histórico, cultural e natural.
Mas
a indiferença do poder público e nossa cultura e história não é novidade, apesar
do governo Temer ter vigorado a famigerada PEC 95/2017, que na prática só congela
os gastos com serviços públicos essenciais. A história do descaso se perde no
tempo: em 20 anos, 8 museus sofreram danos materiais sérios em decorrência da
falta crônica de recursos de prevenção e manutenção.
A
tragédia do Museu Nacional foi a que mais chamou a atenção do público por sua referência
internacional, ainda que esta não seja exclusiva dele. Bem mais modesto, o Museu
de História Natural de Santana do Cariri, no sul do Ceará, é uma das principais
referências internacionais em registros fossilíferos do cretáceo latino-americano.
Portanto, torna-se saudável refletir com maior amplitude sobre a indiferença do poder público com o seu patrimônio. O descaso não é só do governo, é também de uma parcela enorme da própria população.
E tragédias contra o patrimônio como a do Museu Nacional podem ser uma luz de alerta vermelho para o retrato que o Brasil está tendo de si mesmo: um país sem passado e sem futuro, engolido pelas chamas e restando apenas escombros.
Portanto, torna-se saudável refletir com maior amplitude sobre a indiferença do poder público com o seu patrimônio. O descaso não é só do governo, é também de uma parcela enorme da própria população.
E tragédias contra o patrimônio como a do Museu Nacional podem ser uma luz de alerta vermelho para o retrato que o Brasil está tendo de si mesmo: um país sem passado e sem futuro, engolido pelas chamas e restando apenas escombros.
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