terça-feira, 9 de julho de 2019

Sabatinas de Glenn e Moro na Câmara: a chave de ouro foi para...

       Conforme já descrito no artigo anterior, o derrame de notícias dos diálogos entre o ministro Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol pelo The Intercept Brasil revelou-se um grande escândalo no governo Bolsonaro.
       Tão violento quanto a postergação de prioridades nacionais, cortes significativos, perda de previdência e de outros direitos sociais, repressão e ameaças, gerando repulsa internacional e impactos econômicos preocupantes, com recessão interna crescente.
       Diante dos efeitos sentidos no Brasil e da repercussão internacional do derrame, foi então realizada neste último dia 25 de junho uma audiência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, com o jornalista Glenn Greenwald, do The Intercept Brasil.
       Uma sabatina cheia e longa, de mais de sete horas, que pegou fogo em vários momentos, diante do silêncio do jornalista, que aguardava o interrogatório.
       Em paralelo ao tom respeitoso dos oposicionistas, os governistas jogavam bombas verbais, muitas com base em fake news, sobre o jornalista, que lhes respondia com tranquilidade. Houve um tumulto com contra-argumentos, mas sem efeito.
       Duas governistas tentaram argumentaram com acusações de crimes financeiros e de ação jornalística irregular. As respostas contundentes as calaram. Carla Zambelli (PSL/SP) saiu da tribuna, enquanto a colega ao lado se perdia em reclames.
       Após novo tumulto, Glenn findou a audiência com uma declaração final em defesa da do jornalismo democrático independente de convicção política, sob aplausos.
       A sabatina em Moro ocorreu no início de julho, após a manifestação de 30/6 em sua defesa. Apesar da duração inferior a quatro horas, foi explosiva.

       O que se viu foi o contrário: os governistas rasgavam elogios enquanto os oposicionistas não poupavam perguntas que impacientaram os governistas, com alguns tumultos. As respostas evasivas e insistentes em crime jornalístico irritaram parte da oposição.
       Após elogio quase orgástico de um bolsonarista, a explosão final: Glauber Braga (PSOL-RJ) rasgou ao chamar Moro de "juiz ladrão". O tumulto explodiu entre os governistas, levando à total perda de controle da presidência da sabatina.
       No tumulto, ninguém pareceu ver Moro. Aliás, ele simplesmente desapareceu no momento me que parte da turba e imprensa se direcionaram à mesa da presidência. Quando deram pelo sumiço do ministro, a presidente encerrou a sessão. Sem aplausos, nem vaias.
       Comparando os contextos, é perfeitamente possível perceber quem saiu levando a chave de ouro...
       

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