O antigoverno
Desde os primeiros desdobramentos e destaques na grande mídia, a Lava-Jato serviu de gatilho para a radicalização e extrusão de um antipetismo antes calado.
Daí, frentes de direita e extrema-direita tomariam a crescente simpatia das classes médias a altas da população, principalmente no período e após o impeachment de Dilma Rousseff.
Sai o PT de cena, entra o outsider Bolsonaro, extrema-direita nos costumes e ultraliberal na economia. E nessa estrada ele vai mostrando a que veio.
Um líder preocupado com questões como horário de verão, tomada de três pinos, servir aos EUA, falar mal do PT, nomear ministro terrivelmente evangélico no STF, cortar direitos e verbas essenciais, enquanto os serviços públicos essenciais suplicam socorro.
Um cara q promete criar um Brasil mais soberano, mas que logo pretende entregar de bandeja e quase de graça as nossas mais valiosas estatais e recursos naturais aos trilhardários estrangeiros, pra nós sobrando apenas migalhas.
Se antes dissera votar contra a proposta de previdência de Temer, no poder monta outra ainda mais perversa, mais ou menos suavizada no relatório aprovado de Samuel Moreira.
Um ministério da educação que deseduca, um ministro da saúde que nega à população mais pobre o acesso aos serviços de saúde e ao SUS, em genocídio de doenças mil.
Um ministério das Relações Exteriores que inova na antidiplomacia, que vira a piada e vergonha globais.
Um juiz promovido a ministro não só por ter condenado Lula pela Lava-Jato, mas por ter conduzido esta operação com metodologia totalmente criminosa junto ao cúmplice Dallagnol, e continua no posto apesar da vergonha escancarada pelo derrame da Vaza-Jato.
Uma justiça cada vez mais polarizada, em que se imiscuem a proposta de um Estado ultrapolicialesco e extrema injustiça social, e um STF cada vez mais submisso às vontades presidenciais e aos jogos do ainda ministro Moro.
Um governo que prega a moral cristã como ideologia, em que a família tem ligações um tanto quanto suspeitas demais com grupos milicianos.
Uma ministra de Direitos Humanos que prega uma política antifeminista das mulheres, num viés messiânico religioso, com princípios contrários aos da Declaração Universal de Direitos Humanos.
Um presidente que deprecia o trabalho dos renomados embaixadores dos governos de 2000 a 2016, mas quer indicar Eduardo por ser simplesmente seu filho, desprovido dos mínimos requisitos exigíveis, mostra de um pueril fisiologismo ideológico.
Quando a líder da Alemanha, Angela Merckel, disse ser dramática a situação do Brasil, não foi sem razão. Afinal, o país não está sendo governado por um líder anti-sistema, mas sim antigoverno.
sábado, 20 de julho de 2019
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