quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Por trás de Bolsonaro, um grande perigo

     Nas redes sociais se tem verificado como principal inclinação a divulgação de postagens de memes e noticiosos rasos do que que temas mais sensíveis à vida da nação. E nesse aspecto a figura mais acessada é o presidente Jair Bolsonaro.
     Por um lado é compreensível, pois sua conduta autoritária e decrépita em políticas internas se destaca junto às bravatas pseudomoralistas. Por outro, ela camufla fatos nos bastidores que potencializam interesses mesquinhos na classe política.
     Explica-se: eleito como outsider de extrema-direita fora "disso tudo que está aí", Bolsonaro ofuscou o histórico brilho de siglas como o MDB e outras de centro-direita liberal que comandavam o país mesmo como vice-presidentes.
     Bravata: mesmo com seu slogan sui generis, o governo Bolsonaro segue a cartilha da velha política do molha-mão e franco neoliberalismo. Retórica fundamentalista e censura são os seus destaques ideológicos.
     Entretanto, o grande nome dessa cartilha é o ministro Paulo Guedes, da Economia, e não bem o presidente. Ao concordar com o ministro, o presidente tem servido como um nome útil ao mercado. E é nisso que eriça os bastidores.
     Nos bastidores, alguns caciques políticos têm em mente uma fusão partidária de siglas como MDB, PSD, DEM, PP e corelatos, resultando em um partido grande.
     A intenção pública desse plano é montar uma "corrente democrática de peso" contra a tirania bolsonarista. Porém, sem perder o cerne básico do neoliberalismo. 
     O objetivo de resgate democrático pode ser muito bom para as classes populares, as que mais sofrem com a repressão. Mas é só: o neoliberalismo continuará a corroer-lhes as chances de vida digna.
     E é onde reside o perigo camuflado pela aparente benevolência da dita "corrente democrática". É continuar pagando para se ver na democracia.

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