Entre as muitas polêmicas incitadas pelo governo atual, a que mais se destaca no mundo é a ligada ao meio ambiente.
As agressões ocorreram após ameaças e líderes de índios e quilombolas, povos essenciais à conservação dos meios naturais, dos quais eles dependem por extração de seus recursos de vida.
As devastações ocorrem sobretudo em áreas protegidas da Amazônia e do Cerrado, ricas em recursos biológicos e minerais valiosos. Na primeira, o governo só atuaria 20 dias após o dia do fogo (10/8), por incentivo dele próprio.
De repente, são noticiadas manchas de petróleo cru em várias praias nordestinas causando o mais extenso desastre ambiental no Brasil. Em 30/8, IBAMA e ICMBio notificaram o governo. E 35 dias depois o governo interveio, após esgotados todos os recursos de protelamento.
Diante da origem ainda incerta e aproveitando-se de que levantamentos físico-químicos dariam o óleo como parecido com o venezuelano, Bolsonaro insinuou uma suposta sabotagem de Maduro. O que foi prontamente desmentido.
Apesar dos apontamentos, vários fatores enfraquecem a suposição venezuelana. A começar que o RN é o segundo maior produtor de petróleo no país, explorado pela Petrobrás e petroleiras estrangeiras como Exxon, Shell, Texaco e outras.
Navios tankers de várias nacionalidades vagam ao largo da costa, e há plataformas da Petrobras e outras petroleiras em exploração/produção offshore.
A Corrente da África distribuiu as manchas mais ao norte (RN, CE, PI e MA), e a leste (RN, PE, PB, AL, SE e BA). Ela se bifurca no litoral do RN para o norte (Golfo do México) e sul (costa brasileira).
O comportamento dessa corrente marinha já dá pistas de suposta origem no alto-mar, possivelmente aos arredores da zona produtiva da costa do RN.
Cerca de 2/3 do total produzido no Brasil são de óleos mais pesados, viscosos e com mais enxofre, o que corresponde às manchas analisadas. A região produz esse óleo.
Com tantos fatores de peso, não é possível determinar se o evento é criminoso. A hipótese de acidente, por falha técnica ou humana, também é alta.
A Venezuela se situa bem mais a oeste, com litoral voltado ao Mar do Caribe, e tem enormes reservas de petróleo e gás, controladas pela estatal PDVSA.
Nesse ínterim, arde em fogo a maior parte das extensões dos Parques Nacionais das Emas e da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, estado de forte agronegócio.
Nas adjacências desses parques há grandes fazendas, e fazendeiros ateiam fogo para ter pasto. Os incêndios sazonais naturais não atingem as áreas permanentemente úmidas, como os parques.
As queimadas intensas atingindo tais áreas sempre úmidas atesta a ação criminosa desses incêndios.E o novo fechar de olhos do governo aos alertas daqueles órgãos.
No repetido comportamento de ideologia nacionalista distorcida, o governo mostra inaudita hostilidade ao meio natural. E vem destruindo um caráter valioso da nação, a diversidade em todos os sentidos. Um desprezo à vida, em nome do capital.
Boa argumentação. Infelizmente, porém, boa parte das pessoas só presta atenção às argumentações que confirmam suas crenças.
ResponderExcluirInfelizmente, meu amigo, infelizmente...
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