Reformas da previdência e trabalhista: um testemunho da galera no limbo
Como a reforma da previdência foi promulgada há pouco tempo, a geral ainda não sentiu os efeitos. Mas, em verdade, há quem já sinta algo.
O assunto veio a me inspirar este artigo porque conheci uma senhora no caminho para o trabalho. Ela se apresentou como auxiliar de limpeza.
Ela se revelou atenta às informações sobre vários assuntos, como trabalho e previdência. Se disse preocupada, não saber se vai se aposentar.
Acrescentou ainda que a reforminha trabalhista poderá acabar com seus direitos de vez, pois em caso de demissão não conseguirá outro emprego por já ter 55 anos.
Contou do sobrinho de 24 anos, com sequela de poliomielite nos pés: "encostado" no INSS, perdeu o benefício com a reforma. Pior: a metalúrgica o considerou laboralmente incapaz.
A razão do afastamento foram as feridas desenvolvidas nos pés durante o trabalho operacional, mesmo usando botas de EPI.
Acrescentou que ele foi ver o BPC, mas desalentou-se com as informações recebidas, mesmo na condição de deficiente. E não consegue se aposentar por invalidez.
Embora eu concorde que se aposentar ficou mais difícil há algum tempo, o caso acima revela que a faca da reforma está mais afiada do que antes.
Ela corta com surreal eficiência na base, prometendo muito mais coisas à frente. Ainda mais com a reforminha trabalhista de Bolsonaro como ótima aliada.
Ambas prometem um grande evento: o evento do risco de uma geração sem perspectivas nem direitos, lisa e devendo, jogada no limbo da completa incerteza.
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