Cristofascimo, base bolsonarista
Damares Alves foi nomeada pelo presidente eleito Jair Bolsonaro para dirigir o Ministério da Mulher, da Família e Direitos Humanos, criado no atual governo.
Este blog já tratou sobre a biografia de Damares, desde a sua conturbada vida de menina de família evangélica até a sua atual situação.
Pastora, Damares ganhou fama por suas declarações sexistas estapafúrdias e polêmicas, que caíram como luva para críticas escritas e memes de zoeira crítica nas redes sociais.
Em dois eventos na Hungria, realizados pelo líder ultraconservador Viktor Orvbán, Damares declarou que o governo propõe calcar "o cristianismo como centro decisivo de Estado", atentando contra o princípio da laicidade estatal.
O que não seria de estranhar: desde seus tempos de parlamentar, Jair Bolsonaro sempre defendeu o suposto valor da das igrejas evangélicas na política. Reflexo de uma história que por séculos destacou a Igreja Católica com esse papel central.
A historicidade do papel ativo da Igreja é compreensível dada a Inquisição até o século XIX. Embora o princípio laico propusesse equidade religiosa independente de estatísticas, há um revival diferente nos últimos 15 anos.
Um revival fertilizado pela liberdade política e econômica de líderes evangélicos pentecostais e neopentecostais congressistas, que se notabilizaram por PLs polêmicas e muito barulho a impedir votações de certas pautas progressistas.
A campanha eleitoral de Bolsonaro teve forte apoio das igrejas neopentecostais, que tiveram papel central nessa eleição. A declaração de Damares citada nas linhas acima já era promessa do então candidato a presidente.
Toda a campanha ideológica de Bolsonaro se sustentou, e se perdura, nos pilares de conservadorismo de costumes numa base cristocêntrica, que culmina no desprezo às minorias religiosas e afro-brasileiras.
O desprezo cristocêntrico refertiliza o sentimento de intolerância à diversidade de fé e, daí, o racismo religioso que culmina em ataques a templos e pessoas de fé indígena e africana, constituindo o cristofascismo.
O cristofascismo não é por si mesmo uma ideologia, mas um sintoma ideológico. Não se originou no bolsonarismo, mas encontrou nele os ingredientes que levaram à sua cristalização.
A laicidade constitucional é um desafio para Bolsonaro e os líderes evangélicos da linha de frente cristofascista. E, por ser base bolsonarista, o cristofascismo pode ser um grande obstáculo ao desenvolvimento.
Pois, como já mencionado em artigo anterior, Bolsonaro e seus asseclas um dia sairão, mas o bolsonarismo não, não em curto prazo. E um dos pilares a sustentá-lo pode ser o próprio cristofascismo.
Em dois eventos na Hungria, realizados pelo líder ultraconservador Viktor Orvbán, Damares declarou que o governo propõe calcar "o cristianismo como centro decisivo de Estado", atentando contra o princípio da laicidade estatal.
O que não seria de estranhar: desde seus tempos de parlamentar, Jair Bolsonaro sempre defendeu o suposto valor da das igrejas evangélicas na política. Reflexo de uma história que por séculos destacou a Igreja Católica com esse papel central.
A historicidade do papel ativo da Igreja é compreensível dada a Inquisição até o século XIX. Embora o princípio laico propusesse equidade religiosa independente de estatísticas, há um revival diferente nos últimos 15 anos.
Um revival fertilizado pela liberdade política e econômica de líderes evangélicos pentecostais e neopentecostais congressistas, que se notabilizaram por PLs polêmicas e muito barulho a impedir votações de certas pautas progressistas.
A campanha eleitoral de Bolsonaro teve forte apoio das igrejas neopentecostais, que tiveram papel central nessa eleição. A declaração de Damares citada nas linhas acima já era promessa do então candidato a presidente.
Toda a campanha ideológica de Bolsonaro se sustentou, e se perdura, nos pilares de conservadorismo de costumes numa base cristocêntrica, que culmina no desprezo às minorias religiosas e afro-brasileiras.
O desprezo cristocêntrico refertiliza o sentimento de intolerância à diversidade de fé e, daí, o racismo religioso que culmina em ataques a templos e pessoas de fé indígena e africana, constituindo o cristofascismo.
O cristofascismo não é por si mesmo uma ideologia, mas um sintoma ideológico. Não se originou no bolsonarismo, mas encontrou nele os ingredientes que levaram à sua cristalização.
A laicidade constitucional é um desafio para Bolsonaro e os líderes evangélicos da linha de frente cristofascista. E, por ser base bolsonarista, o cristofascismo pode ser um grande obstáculo ao desenvolvimento.
Pois, como já mencionado em artigo anterior, Bolsonaro e seus asseclas um dia sairão, mas o bolsonarismo não, não em curto prazo. E um dos pilares a sustentá-lo pode ser o próprio cristofascismo.
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