Brasil hoje e a ditadura de ontem
Desde que Jair Bolsonaro, já presidente, declarou em tom saudoso retornar 50 anos em 4, muitos foram os debates nas redes sociais e em sites como blogs, noticiosos e outros.
A paráfrase aqui se explica: JK (1956-61) usou o seu significado de progresso mediante o reforço à economia industrial, tornando São Paulo maior polo industrial e Brasília a nova capital do país.
A invertida de Bolsonaro revelou o desejo de fazer o Brasil retornar aos "velhos e bons tempos" proporcionados, segundo ele, pelo período dos militares no governo.
Seus eleitores e fãs logo interpretaram a ideia como devolver ao país o que teria sido, para para eles, um período de plena paz urbana, com poucos crimes e respeito à tal moral e bons costumes, afinal, os LGBTIs voltariam aos seus armários.
Mas, ainda tem andado normal a democracia, na continuidade da liberdade de expressão de pensamento, de acesso à internet e, de certa forma, o direito constitucional de ir e vir. O voto já deixou de ser democrático enquanto é obrigação imposta e objeto de fraude que induz muitos eleitores a escolher "o menos pior".
O direito de se manifestar é constitucional também, mas há ressalvas: o manifesto popular não pode ser autêntico, ou seja, defender suas pautas mais legítimas. A repressão dos populares pelas mesmas PMs que baixam cabeças aos mais abastados é clara em tantos vídeos nas redes sociais.
O mesmo se diz das abordagens policiais a cidadãos. Em nome do terror de estado, mais de 5000 brasileiros morreram nas mãos de PMs em 2019, apesar de governo anunciar a redução de homicídios. Um engodo: além de falsa, essa afirmação esconde a principal autoria desse crime: as PMs.
A PM foi desqualificada pelo Exército, na ditadura militar: a massa popular passou a ser o inimigo das elites, substituindo os antigos opositores políticos. Apesar dos vetos, a lei antiterror sancionada em março de 2016 por Dilma Rousseff reforçou a visão ditatorial nas terríveis operações da PM nas favelas.
Apesar de abordar uma reforma importante em todas as modalidades de ensino, a LDB* de 1996 não abrange as escolas militares, que continua em sua pedagogia nada humanista, mais voltada aos rigores disciplinares e não a permitir ao aluno um caráter questionador sobre a realidade imposta.
O governo atual se diz democrático, mas é autocrático, centrado em Bolsonaro, que recusa diálogos com a diversidade no legislativo e com o judiciário; é cristocêntrico, faz política nazifascista ao incentivar a tragédia desvalorizando ministros médico e professor efetivo, além de negar a ciência e as instituições.
Conforme já tratado aqui, o regime de Bolsonaro difere da ditadura em elementos como a força estatal, aspectos ideológicos particulares e o contexto de eleição popular. Para atender a intenções ou desejo, Bolsonaro escolheu seus ministros a dedo, de modo a esgarçar as leis e as instituições, e o anarcocapitalismo pela destruição do Estado.
Sistemático desmatamento da Amazônia e da Mata Atlântica, mortandade elevada mediante aglomerações e reabertura econômica precipitada, incentivadas por motivo eleitoreiro, crença em exagero da imprensa sobre o Covid, desmonte do Estado e cristocentrismo são elementos do bolsonarismo.
Semelhança com a ditadura tradicional está no movimento político do fascismo, métodos de ameaça e/ou violência contra quem seja politicamente diferente ou opositor, capitalização sistemática, propaganda de si ou de seu governo com dados falsos e só, que consolidam o ideal bolsonarista. Elementos que convergem dois movimentos distintos.
Mas vivemos em um contexto de internet que bombardeia novas informações, algumas bem suaves e superficiais como as falas esdrúxulas do presidente ou de Damares, outras bastante profundas como a ameaça de Queiroz jogar a merda no ventilador e Guedes a destroçar Estado e economia paulatinamente em seu submarino.
Contexto esse que põe instituições paralelas sólidas em pleno vapor com resoluções a nos trazer expectativas sobre o desfecho da chapa Bolsonaro-Mourão e o futuro da nação após a saída dessa dupla.
Ou o Brasil reencontra o caminho democrático e aproveita a chance de se reintegrar com o juntar e encaixe de seus próprios cacos, ou nunca saia da sua própria treva. Quem viver, verá.
O direito de se manifestar é constitucional também, mas há ressalvas: o manifesto popular não pode ser autêntico, ou seja, defender suas pautas mais legítimas. A repressão dos populares pelas mesmas PMs que baixam cabeças aos mais abastados é clara em tantos vídeos nas redes sociais.
O mesmo se diz das abordagens policiais a cidadãos. Em nome do terror de estado, mais de 5000 brasileiros morreram nas mãos de PMs em 2019, apesar de governo anunciar a redução de homicídios. Um engodo: além de falsa, essa afirmação esconde a principal autoria desse crime: as PMs.
A PM foi desqualificada pelo Exército, na ditadura militar: a massa popular passou a ser o inimigo das elites, substituindo os antigos opositores políticos. Apesar dos vetos, a lei antiterror sancionada em março de 2016 por Dilma Rousseff reforçou a visão ditatorial nas terríveis operações da PM nas favelas.
Apesar de abordar uma reforma importante em todas as modalidades de ensino, a LDB* de 1996 não abrange as escolas militares, que continua em sua pedagogia nada humanista, mais voltada aos rigores disciplinares e não a permitir ao aluno um caráter questionador sobre a realidade imposta.
O governo atual se diz democrático, mas é autocrático, centrado em Bolsonaro, que recusa diálogos com a diversidade no legislativo e com o judiciário; é cristocêntrico, faz política nazifascista ao incentivar a tragédia desvalorizando ministros médico e professor efetivo, além de negar a ciência e as instituições.
Conforme já tratado aqui, o regime de Bolsonaro difere da ditadura em elementos como a força estatal, aspectos ideológicos particulares e o contexto de eleição popular. Para atender a intenções ou desejo, Bolsonaro escolheu seus ministros a dedo, de modo a esgarçar as leis e as instituições, e o anarcocapitalismo pela destruição do Estado.
Sistemático desmatamento da Amazônia e da Mata Atlântica, mortandade elevada mediante aglomerações e reabertura econômica precipitada, incentivadas por motivo eleitoreiro, crença em exagero da imprensa sobre o Covid, desmonte do Estado e cristocentrismo são elementos do bolsonarismo.
Semelhança com a ditadura tradicional está no movimento político do fascismo, métodos de ameaça e/ou violência contra quem seja politicamente diferente ou opositor, capitalização sistemática, propaganda de si ou de seu governo com dados falsos e só, que consolidam o ideal bolsonarista. Elementos que convergem dois movimentos distintos.
Mas vivemos em um contexto de internet que bombardeia novas informações, algumas bem suaves e superficiais como as falas esdrúxulas do presidente ou de Damares, outras bastante profundas como a ameaça de Queiroz jogar a merda no ventilador e Guedes a destroçar Estado e economia paulatinamente em seu submarino.
Contexto esse que põe instituições paralelas sólidas em pleno vapor com resoluções a nos trazer expectativas sobre o desfecho da chapa Bolsonaro-Mourão e o futuro da nação após a saída dessa dupla.
Ou o Brasil reencontra o caminho democrático e aproveita a chance de se reintegrar com o juntar e encaixe de seus próprios cacos, ou nunca saia da sua própria treva. Quem viver, verá.
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* Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, de 20 de dezembro de 1996, assinada por Fernando Hnerique Cardoso.
* Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, de 20 de dezembro de 1996, assinada por Fernando Hnerique Cardoso.
Veja:
https://g1.globo.com/monitor-da-violencia/noticia/2020/04/16/numero-de-pessoas-mortas-pela-policia-cresce-no-brasil-em-2019-assassinatos-de-policiais-caem-pela-metade.ghtml
https://www.youtube.com/watch?v=gelfXMu7PgE
https://www.youtube.com/watch?v=gelfXMu7PgE
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