Vulcões: temidos, mas irresistíveis
Quarto artigo de #Curiosidades, para falar, de modo bem resumido, didático e simples, sobre uma das forças mais incontroláveis e temidas da natureza, mas sempre atraentes: os vulcões.
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-> IntroduçãoO tempo todo a nossa Terra mostra sinais, silenciosos ou não, de que é um ente vivo. Ou seja, o planeta é vivo.
A crosta terrestre em placas em movimento em cima do manto que, por sua vez, atua em correntes de convecção tal como água fervente. O núcleo libera calor por irradiação. Um planeta inquieto em vida.
Os sinais mais conhecidos são geológicos: terremotos e vulcões - estes últimos o tema deste artigo. O que é vulcão? Como surge e funciona? São todos de um tipo? Por que uns são mais fatais do que outros?
-> Vulcões: conceito, estrutura, materiais
O vulcão é uma área de uma ou mais crateras de que se ejeta material fundido e muito quente vindo das profundezas da Terra. Devido a isso, o vulcão foi associado, em muitos mitos, ao inferno ou como morada de deuses.
Na escola se aprende sobre vulcão como uma montanha cônica com cratera no topo. Mas há vários formatos e tipos na natureza, bem como em erupção e material ejetado.
Sua estrutura é: o cone, a(s) cratera(s), câmara magmática e chaminé que liga cratera à câmara. Material ejetado: lava, cinzas, bombas, nuvem, dique, avalanche, lahar, fluxo piroclástico (figura ao lado).
Os elementos da erupção se definem:
Camara magmática: reservatório de magma de profundeza e tamanho muito variáveis. Se forma de uma pluma¹ mantélica.
Magma: material pastoso da pluma armazenado na câmara sob pressão. Sua composição química varia conforme a região. Ao ser ejetado na erupção, se torna lava.
Lava: material ejetado quente, fluidificado pela liberação súbita da pressão. A viscosidade depende do concentrado de sílica². Lavas fluidas geram rochas basálticas, e as viscosas, as andesíticas, riolíticas e dacíticas. Lavas com muitos gases geram rochas vesiculares.
Diques: são de lava sólida de derrames antigos, depósitos piroclásticos ou de avalanche.
Avalanche: resulta da ejeção de lava com detritos de um flanco desmoronado do cone.
Fluxo piroclástico: mistura de cinzas (material muito fino e leve) com bombas, que desliza no flanco em grande velocidade.
Bomba (piroclasto): fragmento em brasa da chaminé ejetado em erupção explosiva. Varia de pedra pequena a bloco do tamanho de carro ou ainda maior.
Cinzas: material muito fino e leve que forma a nuvem do fluxo. Pode sair quente, e causa sérios danos materiais e à vida, matando por queimaduras graves e asfixia.
Lahar: lamaçal de lava, fluxo piroclástico, detritos e gelo derretido. Típico de vulcões com cobertura gelada, é perigoso, às vezes fatal.
Nuvem de vapor: tem água e gás sulfídrico. Fortemente energizada. Sua chuva é bem ácida. A cor às vezes muito escura advém das cinzas que decaem com a chuva e compõem o fluxo.
-> Tipologia
Os vulcões têm formatos e atividades diferentes, daí haver classificações, cujos critérios não são ou podem não ser unânimes.
Pelo formato podem ser:
Estratovulcão: tipo clássico, cônico devido às sucessivas camadas de lava e cinzas somadas à inflação da câmara magmática. Pode atingir grandes altitudes, como os dos Andes.
Escudo: elevação mais discreta de base ampla e crateras tipo caldeira, no topo ou não, como os vulcões havaianos.
Fissural: em terrenos mais ou menos planos, se denuncia pela cratera "em rasgo", o que, às vezes, denuncia vulcão nascente.
Peleano: elevação de um lado convexo e outro côncavo devido à(s) cratera(s); altura entre escudo e estratovulcão. O nome vem do monte Pelée, Martinica, que tem esse formato.
A erupção pode ser (vide figura do início do artigo):
Havaiana (efusiva): potencial explosivo muito baixo ou zero, lavas bem fluidas de fácil e amplo derrame, poucos gases.
Explosiva³: é a mais comum. Violenta. Lava viscosa. Muitos gases. Fluxo piroclástico abundante e veloz. Nuvem ardente com gases, cinzas e chuva ácida. Alto potencial catastrófico, pelo fluxo e às tsunamis. Típica de vulcões próximos aos limites de placas tectônicas, comolinhas costeiras de continentais e ilhas formadas em processo de subducção.
Subglacial: não explosiva: lava derrete a cobertura de gelo formando um lago logo acima. Explosiva: material pode romper a cobertura gelada e formar lagos ou derrames de lahar.
Os sinais mais conhecidos são geológicos: terremotos e vulcões - estes últimos o tema deste artigo. O que é vulcão? Como surge e funciona? São todos de um tipo? Por que uns são mais fatais do que outros?
-> Vulcões: conceito, estrutura, materiais
O vulcão é uma área de uma ou mais crateras de que se ejeta material fundido e muito quente vindo das profundezas da Terra. Devido a isso, o vulcão foi associado, em muitos mitos, ao inferno ou como morada de deuses.
Na escola se aprende sobre vulcão como uma montanha cônica com cratera no topo. Mas há vários formatos e tipos na natureza, bem como em erupção e material ejetado.
Sua estrutura é: o cone, a(s) cratera(s), câmara magmática e chaminé que liga cratera à câmara. Material ejetado: lava, cinzas, bombas, nuvem, dique, avalanche, lahar, fluxo piroclástico (figura ao lado).
Os elementos da erupção se definem:
Camara magmática: reservatório de magma de profundeza e tamanho muito variáveis. Se forma de uma pluma¹ mantélica.
Magma: material pastoso da pluma armazenado na câmara sob pressão. Sua composição química varia conforme a região. Ao ser ejetado na erupção, se torna lava.
Lava: material ejetado quente, fluidificado pela liberação súbita da pressão. A viscosidade depende do concentrado de sílica². Lavas fluidas geram rochas basálticas, e as viscosas, as andesíticas, riolíticas e dacíticas. Lavas com muitos gases geram rochas vesiculares.
Diques: são de lava sólida de derrames antigos, depósitos piroclásticos ou de avalanche.
Avalanche: resulta da ejeção de lava com detritos de um flanco desmoronado do cone.
Fluxo piroclástico: mistura de cinzas (material muito fino e leve) com bombas, que desliza no flanco em grande velocidade.
Bomba (piroclasto): fragmento em brasa da chaminé ejetado em erupção explosiva. Varia de pedra pequena a bloco do tamanho de carro ou ainda maior.
Cinzas: material muito fino e leve que forma a nuvem do fluxo. Pode sair quente, e causa sérios danos materiais e à vida, matando por queimaduras graves e asfixia.
Lahar: lamaçal de lava, fluxo piroclástico, detritos e gelo derretido. Típico de vulcões com cobertura gelada, é perigoso, às vezes fatal.
Nuvem de vapor: tem água e gás sulfídrico. Fortemente energizada. Sua chuva é bem ácida. A cor às vezes muito escura advém das cinzas que decaem com a chuva e compõem o fluxo.
-> Tipologia
Os vulcões têm formatos e atividades diferentes, daí haver classificações, cujos critérios não são ou podem não ser unânimes.
Pelo formato podem ser:
Estratovulcão: tipo clássico, cônico devido às sucessivas camadas de lava e cinzas somadas à inflação da câmara magmática. Pode atingir grandes altitudes, como os dos Andes.
Escudo: elevação mais discreta de base ampla e crateras tipo caldeira, no topo ou não, como os vulcões havaianos.
Fissural: em terrenos mais ou menos planos, se denuncia pela cratera "em rasgo", o que, às vezes, denuncia vulcão nascente.
Peleano: elevação de um lado convexo e outro côncavo devido à(s) cratera(s); altura entre escudo e estratovulcão. O nome vem do monte Pelée, Martinica, que tem esse formato.
A erupção pode ser (vide figura do início do artigo):
Havaiana (efusiva): potencial explosivo muito baixo ou zero, lavas bem fluidas de fácil e amplo derrame, poucos gases.
Explosiva³: é a mais comum. Violenta. Lava viscosa. Muitos gases. Fluxo piroclástico abundante e veloz. Nuvem ardente com gases, cinzas e chuva ácida. Alto potencial catastrófico, pelo fluxo e às tsunamis. Típica de vulcões próximos aos limites de placas tectônicas, comolinhas costeiras de continentais e ilhas formadas em processo de subducção.
Subglacial: não explosiva: lava derrete a cobertura de gelo formando um lago logo acima. Explosiva: material pode romper a cobertura gelada e formar lagos ou derrames de lahar.
Submarina: vulcões submersos. Explosividade bem variável: se nas proximidades da Indonésia podem ser explosivos, nas áreas abissais das dorsais meso-oceânicas a maioria tem erupção silenciosa. Alguns mais próximos da superfície apresentam sinais na água.
-> Como se formam
Segundo os vulcanólogos, os vulcões se formam por duas vias (vide figura logo acima):
Pressão com subducção envolvendo placas: oceânca-continental, oceânica-oceânica ou continental-continental;
Rifte (divergência) de duas placas continentais, duas oceânicas, ou uma oceânica e outra continental; e
Hot spot (ponto quente ou pluma), que forma ilhas em meio à placa oceânica ou sobrelevação continental, em geral formando novos vulcões locais. A origem dos hot spots é no manto¹.
-> Vulcões ativos; vulcões brasileiros
-> Como se formam
Pressão com subducção envolvendo placas: oceânca-continental, oceânica-oceânica ou continental-continental;
Rifte (divergência) de duas placas continentais, duas oceânicas, ou uma oceânica e outra continental; e
Hot spot (ponto quente ou pluma), que forma ilhas em meio à placa oceânica ou sobrelevação continental, em geral formando novos vulcões locais. A origem dos hot spots é no manto¹.
A velocidade de formação de vulcões parece ser maior em locais de grande instabilidade geológica, em decorrência da frequência dos eventos episódicos de grande magnitude, que deslocam metros de placas em poucos minutos. Quanto maior instabilidade geológica, mais ativos são os vulcões.
Uma pluma leva centenas de milhões de anos desde a sua origem no manto inferior extremo até entrar na crosta. Acredita-se que as plumas atuantes na cadeia meso-atlântica, no rifte africano e no Havaí, por exemplo, iniciaram o abalo crustal desses locais em algum momento do Cretáceo (155-66 milhões de anos atrás), na era mesozoica.
-> Vulcões ativos; vulcões brasileiros
No mundo, há pelo menos 1500 vulcões ativos, a maior parte no Círculo de Fogo, zona que circunda os limites continentais do Pacífico (e de sua placa tectônica) incluindo algumas ilhas deste oceano. Desse total, pelo menos uns 36 estavam em erupção no mesmo momento, 40 a 70 cospem fogo por ano, e uns 155 têm alguma atividade, segundo matéria da Uol de 2017.
As áreas de maior atividade estão na América do Sul, América do Norte, Ásia oriental (Japão, Rússia), sudeste asiático (Indonésia, Filipinas), Havaí e Nova Zelândia. Mas vale salientar o Mediterrâneo, em especial a Itália (Vesúvio, Etna e Stromboli) e arquipélago de Santorini; Erta-Ale (Etiópia) e Ol Donyo Ugai (Quênia) no ativo Grande Vale de Rifte da África.
A inatividade momentânea ocorre quando há, então, quietude geológica, seja por câmara magmática vazia ou sinais sísmicos praticamente nulos.
Um vulcão é considerado ativo se tiver ocorrido erupção nos últimos 11 mil anos; extinto se não tiver atividade no citado tempo. Mas o senso entre os vulcanólogos é de cautela nessa classificação, pois é possível um vulcão surpreender com atividade após vários milhares de anos inativo.
Entre os vulcões extintos mais confiáveis estão os brasileiros: segundo estudos detalhados, o registro de erupção mais recente ocorreu na baixada Fluminense há mais ou menos 20 milhões de anos. Foram achados, recentemente, vulcões de 2 bilhões de anos na Amazônia. E no sul de MG, interior de SP e Paraná, as últimas erupções ocorreram entre 180 e 100 milhões de anos.
Se o Brasil foi palco de atividades vulcânicas espetaculares em eras passadas, conforme registros vastos por aí, hoje está calmo por estar em meio a uma placa tectônica, e os alinhamentos de falha existentes não serem tão profundos ao ponto de gerar hoje eventos como riftes ou sobrelevação por plumas mantélicas em ascensão, que poderiam ocasionar terremotos e vulcões.
Mas a calma brasileira pode não durar para sempre. Portanto, se você deparar com alguma "esquisitice" numa elevação originalmente vulcânica perto de sua cidade, saiba: cada vulcão tem seu jeitinho de se mostrar. Se não, relaxe: já está mortinho da silva. Pelo menos até alguns milhões de anos à frente.
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OBS: trechos em azul e roxo contêm links que podem estar na lista abaixo ou não. Numerações sobrescritas (p. e., ¹) podem se repetir, indicando a mesma fonte de origem da pesquisa.
Notas da autoria:
¹ Há duas origens da pluma (hot spot, ponto quente): manto profundo, se a intrusão na crosta é no meio da placa tectônica que se sobreleva, ou em áreas de rifte / distensão; e zona de subducção (mergulho) da crosta no manto. Se a primeira ocorre em terra firme ou oceanos, a segunda pode formar câmaras magmáticas de futuros vulcões nas adjacências. (links abaixo)
OBS: trechos em azul e roxo contêm links que podem estar na lista abaixo ou não. Numerações sobrescritas (p. e., ¹) podem se repetir, indicando a mesma fonte de origem da pesquisa.
Notas da autoria:
¹ Há duas origens da pluma (hot spot, ponto quente): manto profundo, se a intrusão na crosta é no meio da placa tectônica que se sobreleva, ou em áreas de rifte / distensão; e zona de subducção (mergulho) da crosta no manto. Se a primeira ocorre em terra firme ou oceanos, a segunda pode formar câmaras magmáticas de futuros vulcões nas adjacências. (links abaixo)
² Composto mineral abundante na crosta e no magma, em concentrações muito variadas. Lava rica em sílica são viscosas e têm solidificação lenta. Lavas bem fluidas têm pouca ou nenhuma sílica. A presença de sílica resulta de mudanças químicas por contatos do magma com rochas sobrejacentes (veja aqui).
³ A Wikipedia mostra esse tipo em subtipos: pliniana, vulcaniana, estromboliana e peleana. Não há uma norma universal de classificação de vulcões e suas atividades.
Para saber mais:
- https://www.iberdrola.com/meio-ambiente/historia-da-vulcoes-em-erupcao
- http://geografiacontinenteeuropeu.blogspot.com/2012/10/tipos-de-vulcoes-da-bacia-do-pacifico.html
- http://vulcoes42.blogspot.com/2014/03/blog-post.html
- https://www.mundoecologia.com.br/natureza/tipos-de-vulcoes-submarinos/
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Erup%C3%A7%C3%A3o_vulc%C3%A2nica
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Portal:Vulc%C3%B5es
- https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2018/06/07/interna_internacional,965212/vulcoes-explosivos-e-efusivos-a-diferenca-entre-as-erupcoes-em-guatem.shtml
- https://memoria.ifrn.edu.br/bitstream/handle/1044/918/Fernanda%20e%20Karen-TIPOS%20DE%20VULC%C3%95ES.pdf?sequence=1&isAllowed=y (arquivo pdf)
- https://www.uol.com.br/tilt/ultimas-noticias/redacao/2017/10/26/quantos-vulcoes-estao-em-erupcao-atualmente.htm
Do blog:
#Curiosidade - Brasil: tremor ou terremoto?
³ A Wikipedia mostra esse tipo em subtipos: pliniana, vulcaniana, estromboliana e peleana. Não há uma norma universal de classificação de vulcões e suas atividades.
Para saber mais:
- https://www.iberdrola.com/meio-ambiente/historia-da-vulcoes-em-erupcao
- http://geografiacontinenteeuropeu.blogspot.com/2012/10/tipos-de-vulcoes-da-bacia-do-pacifico.html
- http://vulcoes42.blogspot.com/2014/03/blog-post.html
- https://www.mundoecologia.com.br/natureza/tipos-de-vulcoes-submarinos/
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Erup%C3%A7%C3%A3o_vulc%C3%A2nica
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Portal:Vulc%C3%B5es
- https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2018/06/07/interna_internacional,965212/vulcoes-explosivos-e-efusivos-a-diferenca-entre-as-erupcoes-em-guatem.shtml
- https://memoria.ifrn.edu.br/bitstream/handle/1044/918/Fernanda%20e%20Karen-TIPOS%20DE%20VULC%C3%95ES.pdf?sequence=1&isAllowed=y (arquivo pdf)
- https://www.uol.com.br/tilt/ultimas-noticias/redacao/2017/10/26/quantos-vulcoes-estao-em-erupcao-atualmente.htm
Do blog:
#Curiosidade - Brasil: tremor ou terremoto?
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