quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

CURTAS 14 - ANÁLISES

 
Autocontrole sem controle

        Enquanto a patuleia se preocupava com a PL do Veneno aprovada em comissão do Senado, este seguiu a Câmara em aprovar rapidinho uma PL sem conhecimento público: a 1293 de 2021, ou PL do autocontrole. Espera-se sanção do presidente Jair Bolsonaro antes de ir aos EUA no dia 28/12.
        PL do autocontrole é um termo midiático para descrever a proposta de que latifundiários e empresários do agro passem a fiscalizar todas as fases das atividades produtivas e as condições de seus funcionários. Ou seja, eles passariam a substituir quem de fato fiscaliza.
        Pela lei, essas funções fiscais são atribuídas aos servidores do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); e pelos lotados no Ministério Público do Trabalho (MPT), dois ramos fiscais distintos.
        Servidores do MAPA inspecionam as atividades produtivas em todas as suas fases e fazem o controle de qualidade dos produtos; e os do MPT, por sua vez, avaliam as condições de trabalho e os direitos dos funcionários de fazendas, abatedouros e frigoríficos.
        Em fria análise, a PL 1293/2021 visa privatizar os serviços públicos essenciais de inspeção da qualidade da produção alimentar e das condições de trabalho de funcionários de ramos ligados ao agro além das fazendas, como a indústria química, os abatedouros e frigoríficos.
        Apontamentos importantes de analistas e outros firam divulgados na mídia, como a perda de controle relacionado aos métodos e instrumentos aplicados de produção e nas questões trabalhistas. Aponta-se ainda o risco de institucionalizar a crueldade sobre os gados de corte e de leite.
        Segundo a Associação Brasileira de Reciclagem Animal (ABRA), o Brasil, maior produtor global de carne, tem uma tradição de abate irregular ou cruel, já reportada pela mídia no passado. Nessa era Bolsonaro, esse problema praticamente impossível de resolver pode ter crescido significativamente.
        Agroquímicos- Bolsonaro liberou mais de 1000 agroquímicos proibidos e quase zerou inspeções de qualidade da produção alimentar e do trabalho no campo. Empresas do agro censuram dados de intoxicação de trabalhadores rurais, que hoje podem ter alcançado níveis recordes ou mais graves.
        Crueldade- se em 2018 30% dos brasileiros consumiam carne de procedência duvidosa, sem inspeção, esse índice pode ser maior na era atual, considerando-se a aliança de Bolsonaro com gigantes do agro, que impõe censura de informações e promovem o desmonte da fiscalização.
        Desmonte- nesse sentido, a PL 1293/21 apenas regulamentará uma prática recorrente, bem como o desmonte da fiscalização pública da produção, com chances de graves irregularidades e reveses para a saúde pública e de prejudicar as condições dos trabalhadores rurais.
        Trabalho e violência- essa PL pode ser usada para afastar a já fragilizada apuração do MPT de denúncias de trabalho escravo ou análogo rural. O aumento da violência no campo é um fator a mais para dificultar a obtenção de dados da realidade dos trabalhadores rurais.
        Na memória do MPT há o caso Unaí (MG, 2004), em que 3 fiscais foram assassinados em uma fazenda de feijão ao apurar denúncia de trabalho escravo. A repercussão contribuiu para a condenação dos assassinos e na mitigação da violência na era petista. Mas agora, a violência tem novo ápice.
        Em fim, além de privatizar e regular uma prática até então ilegal, a PL 1293/21 pode facilitar a disseminação da crueldade animal, o uso desmedido de agroquímicos e mais trabalho escravo rural. Um autocontrole sem controle.

Para saber mais
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Sob as lágrimas de Bolsonaro, o terrorismo

          Após a midiática “tristeza” de Bolsonaro com a derrota eleitoral, bolsonaristas protagonizaram os protestos iniciados em grandes rodovias, e depois se acamparam nas cidades, principalmente em portões dos quarteis do Exército. Desde então viveram entre churrascos e alimento psíquico de fake news.
        Com o tempo, veio a revolta com os “fracassos” das forças armadas e de Bolsonaro, culminando com os primeiros incêndios em veículos em Brasília, que sinalizaram a direção para o terror. As polícias foram acionadas para conter, mas inicialmente sinalizaram concordância com os terroristas.
        Zero surpresa: a bolsonarização atingiu os escalões mais baixos das polícias e forças armadas. E isso levou Alexandre de Moraes a endurecer a ordem: mandou prender mais de 140 pessoas e tesourou seus perfis em redes sociais. E ainda apertar o governador Ibaneis sobre a ação policial.
        Nas vésperas do Natal, um motorista de caminhão-tanque lotado de querosene de avião descobriu uma bomba e chamou a polícia, que a desativou e, ao investigar, identificou e prendeu o autor do artefato: George Washington. Na delegacia, ele deu seu depoimento.
        George- o paraense George Washington é gerente de posto de combustível em Belém. Antes atuou no setor de gás em Santarém, e em 2005 fundou a GW Petróleo, hoje em nome de Paulo Sérgio da Silva Lopes e Sebastião José de Souza, e com nova marca: Petróleo Miramar Cia. Ltda.
        Sua vida pregressa revela histórico de inadimplência, sonegação de impostos, condenação por porte ilegal de arma e ligação com transporte ilegal de madeira amazônica. Em suas redes sociais agora bloqueadas ele defende Bolsonaro e golpe de Estado, e há postagens referentes a armas e explosivos.
        Outro achado recente sobre George é a sua proximidade com políticos bolsonaristas, pois já foi visto vagando nas dependências do Senado. Além disso, ele virou CAC¹ para ter mais armas, e legalmente.
        Depoimento- ele disse que juntou R$ 150 mil para viajar, alugar apartamento em Brasília e entrar no acampamento do QG do Exército. Foi nesse apartamento que a polícia descobriu um verdadeiro arsenal de guerra com armas, muita munição e explosivos.
        A bomba: George disse que sabia do caminhão lotado de combustível e que teve o intento de explodir o aeroporto de Brasília, para incutir caos e "estado de sítio". Ele disse que soube de detalhes através de contato com o influencer Osvaldo Eustáquio e de "importante general do Exército".
        George deixou claro que ele e demais acampados recebiam influência direta das palavras de Bolsonaro sobre o "valor" do armamento civil e para impedir a posse de Lula. Daí se armar e a ideia de explosão.
        Em fria análise, o depoimento evidencia a conjuntura que coloca Bolsonaro e militares no centro do terror, que se bem-sucedido poderia ocasionar uma tragédia sem precedentes. A sorte, segundo analistas, é que o detonador era insuficiente para o citado artefato.
        O depoimento teve dupla serventia. A primeira delas foi alertar o país diante da inércia da inteligência policial com os atos terroristas anteriores ao de George; e a segunda, a descoberta de kg de explosivos pela PM-DF em área de mata em Gama, cidade-satélite de Brasília, evidenciando a seriedade do problema.
        A conjuntura revela que George não foi lobo solitário na tentativa de terror. Ela aponta que o acampamento no QG abriga mais terroristas, entre eles o copartícipe Alan Diego dos Santos Rodrigues, que está foragido desde que a polícia foi acionada pelo motorista. 
        Os fatos apontam a necessidade de coibir o terror enquanto ainda está restrito ao DF, visando evitar espalha às demais regiões do país e o descontrole do qual a inteligência da PF pode não dar conta por falta de tradição em lidar com esse tipo de crime.
        O silêncio de Bolsonaro sobre os fatos terroristas de seus militantes o coloca ainda mais como o nome por trás disso tudo. O que piora nesse momento, com a ida aos EUA para encontrar Steve Bannon e Donald Trump no resort deste último na Flórida, sem prazo definido para voltar.
        Assim, por trás das lágrimas se revela o terror que Bolsonaro representa. Imaginem se fosse reeleito.

Nota da autoria
¹ Caçador, Atirador e Colecionador (de armas e munições)

Para saber mais
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George: um homem, muitas suspeitas

        Ao ser preso por terrorismo, o bolsonarista George Washington de Souza teve que passar seus dados pessoais para preenchimento de ficha policial prévia ao depoimento. Ele declarou morar na Rua da Uriboca Velha, 770, em Marituba, cidade da região metropolitana de Belém do Pará.
        Os policiais inicialmente registraram, mas no decorrer das investigações da PC-DF viram que era ligado ao empresário Sebastião José de Souza, dono da Transportadora Patriarca, e sócio com as filhas de postos de gasolina espalhados em 5 Estados da Amazônia Legal.
        No Google Earth, o endereço pontuado é de um grande terreno bem cuidado com uns galpões, e ladeado por numerosas residências. Rastreando mais informes do empresário, descobriram que um dos postos, o Cavalo de Aço, fica em Xinguara e é um dos quatro sob gerência de George.
        Essa ligação com Sebastião, o Tião, mostra uma teia empresarial maior, em que aparecem nomes como Super Posto 2000 em nome de duas filhas; a loja de conveniência BR Point 2000 de Tião, e uma metalúrgica fundada junto com o criador do Sindicato da Habitação do Pará.
        Informes novos sobre o citado endereço revelam que ao lado do terreno com a casa há outro à venda por R$ 2,5 milhões, em nome de Tião. E que a Transportadora Patriarca fica no mesmo endereço que o posto e a loja de conveniência citados.
        Outra empresa que aparece como propriedade do mesmo Sebastião é a Transpal, com matriz em Marituba e filais em Açailândia (MA), Belém e Marabá (PA) e Santana (AP). Sebastião consta em processo no Tribunal Regional do Trabalho em 2019, autodeclarado proprietário das empresas.
        Legalmente a Transpal transporta combustíveis, mas já o fez ilegalmente com madeira, conforme o DCM. Embora esteja em nome de Sebastião, há dados que a ligam ao terrorista, em especial quanto à ilicitude. O transporte ilegal de madeira também envolve a Petróleo Miramar, que já foi de George.
        As ilicitudes envolvem também a denominação. É normal mudar o nome de um negócio que se torna propriedade de outra pessoa, mas ao que parece no caso Miramar Petróleos, há aparente ilicitude, conforme o DCM.
        Ele tem ajuizados mais de R$ 900 mil em dívidas, mas gastou ainda assim mais de R$ 150 mil em armas e explosivos, levantando forte suspeita de ter sido financiado por alguém para viajar para Brasília, onde alugou apartamento para guardar os mais de R$ 150 mil em armas e material explosivo.
        Por conta dessa dívida, financeiras credoras apontaram ter dificuldade de quitar o problema por não encontrarem bens em nome de George Washington. E, como uma pessoa próxima disse que ele é “dono de posto de gasolina”, suspeita-se de ocultação de patrimônio. E ele já foi condenado por porte ilegal de arma.
        Enfim, um único sujeito coleciona muitas suspeitas, coroada em ouro por crime terrorista. E nos faz imaginar que o acampamento no QG de Brasília seja um ninho de terroristas - o que pode explicar por que o Exército decidiu adiar o "despejo" dessa trupe, e Bolsonaro se omitir e negar autorizar a retirada.

Para saber mais
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Bolsonarismo retrospectivo (uma reflexão)

           Deus. Moral. Família. Segurança. Liberdade. Pátria. Soberania. Estas foram as palavras-chave das quais a patuleia tomou conhecimento e por elas foi seduzida, através dos olhos azuis da extrema-direita de Jair Bolsonaro. Por elas, ele se tornou o presidente da República de 2019 a 2022.
        Elas surgiram em momento oportuno, de uma crise econômica menos grave do que a atual, mas já incômoda para a classe média C. Ressoadas, foram o grande meio messiânico de “salvação patriótica”.
        Embora a patuleia se refira sempre a partir da pandemia, foi desde o início de 2019 que os fatos giraram o Brasil em 180 graus, de ponta-cabeça, em novo contexto sociopolítico da extrema-direita.
        O Brasil nunca viu tanto fogo nas florestas como entre 2019-22, com triste repercussão lá fora. Aparições públicas que formaram um coletivo coeso no qual ele fermentou sua ideologia e distorcer os muitos crimes cometidos em seu governo.
        Assim, ele poderia implantar sua política de extermínio disseminando doenças na mesma pressa com que espalhou miséria, fome, desabrigo, armamento civil e retirada de direitos, fazendo igrejas como centros fundamentalistas nazicristãos¹ para instalar a anomia necessária à sua solução final.
        700 mil mortos pela C19 (daí, quase 1000 indígenas), mais de 2000 pelo ápice da violência policial antipobre no país, e mais de 100 mil por doenças crônicas e outras via desmonte na saúde pública vieram revelar um verdadeiro holocausto interno. Mas houve outros meios.
        Como a liberação de mais de 1000 agroquímicos proibidos em 4 anos para livre uso, o que ajudou no aumento da mortalidade materno-infantil, malformações fetais, abortos espontâneos e a promoção de intoxicações graves em trabalhadores rurais, um dado censurado por latifundiários.
        O fermento ideológico fomentou a violência política a partir de agressões a antibolsonaristas, indo para assassinatos via armamento civil, até redundar em manifestos de rua, agora com ataque terrorista como represália à eleição de Lula.
        O terror presente nos mostra a relevância o bolsonarismo e o erro da mídia e da classe política em ainda subestimá-lo. Mesmo não sendo novidade aqui, o terror é uma realidade e enquanto não mata, nos revela a tragédia do sequestro mental induzido pela citada ideologia.
        Mas nessa retrospectiva de 4 anos, o bolsonarismo nos mostrou também ser errado limitar o conceito de terror. Pois este se fez presente em todo o período, em cada ato de governo, consonante com o personalismo tradicionalista² de Bolsonaro.
        Essa retrospectiva também confirma o bolsonarismo como o nazismo personalizado, em aliança com gospels neopentecostais e sustentado pelo gabinete do ódio criado no ciberespaço. E também que será, talvez, o mais duro desafio para o novo governo Lula e as próprias instâncias judiciárias.

Notas da autoria
¹ Referência própria a igrejas neopentecostais que realizaram cultos a Bolsonaro e perseguiram fiéis de ideias progressistas.

Sal Ross
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Simone no Planejamento vai dar treta?

           Na última semana, Lula correu atrás de colocar novos nomes para compor o que resta de seus ministérios. E, nisso definir o lugar de Simone Tebet, que após resistir, está confirmada no Planejamento.
        A aceitação da senadora ocorreu em reunião com Lula e representantes do MDB e do PSD, que se fez decorrente de um clima confuso sobre o comando do ministério das Cidades, ao qual a senadora parecia inclinada, por oferta anterior do presidente eleito.
        A confirmação de Tebet no Planejamento garantiu um terreno fértil para possíveis conspirações da grande imprensa, como a de possível fricção entre Tebet e Haddad durante atos de governo. Reinado Azevedo, do O É da Coisa, acredita que colocar Simone na citada pasta “talvez não seja uma boa ideia”.
        A afirmação de Azevedo parece concordar com a de JC-UOL, segundo a qual Haddad preferia Renan Filho para a pasta. Para resolver o imbróglio, o MDB sugeriu um Planejamento “turbinado” para Tebet – e nesse ponto parece haver discordâncias entre os noticiosos.
        Alguns noticiosos retratam o turbinamento com parceria público-privada (PPI), mas sem bancos públicos, mas o CNN Brasil já os inclui, como uma sugestão da própria Tebet. De qualquer forma, essa é uma razão da resistência de Haddad à nomeação de Simone. Ele preferia Renan Flho (MDB).
        A turbinagem faria da pasta um apêndice funcional da área econômica, e nesse ponto repousam as maiores diferenças entre os dois ministros. Daí a resistência de Haddad. Lula se mostrou ciente dessas diferenças e que possíveis arestas deverão ser resolvidas em diálogo, e que o presidente pode ser decisivo.
        Em fria análise, as diferenças entre Haddad e Tebet podem dar razão a Azevedo e outras mídias. Mas por outro lado, o petista é dialógico e fiel a Lula. Nesse ponto se dá a entender que Simone terá que ceder, mas Lula assegurou em entrevista que "as diferenças são válidas e que é possível chegar a acerto pelo diálogo".
        Que seja, Lula. Desde que a nação brasileira ganhe.

Para saber mais
- https://www.youtube.com/watch?v=xa86nMQsQBg (Reinaldo Azevedo: Simone no Planejamento não é boa ideia)
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domingo, 25 de dezembro de 2022

CURTAS 13 - ANÁLISES RÁPIDAS

 
Extrema-direita e Twitter de Musk

    Quando lançou em 2004 a plataforma batizada com o seu nome, o engenheiro técnico turco da Google Orkut Büyükkökten talvez não tivesse ideia do que estava fazendo: ele inaugurou a era das redes sociais, que conta hoje com várias plataformas.
    Finado em 2014, o Orkut é muito lembrado pela liberdade de postar. Mas falhas de segurança (vírus, malwares) levaram o Google a fechá-lo. As novas redes sociais nasceram com dispositivos protetivos e filtros algorítmicos, conforme a legislação de cada país.
    Tais filtros facilitam novas amizades por afinidade, mas também travam algumas postagens. No Brasil, a bomba de fake news da extrema direita fez a legislação exigir das plataformas como o Facebook, Instagram, Twitter e até o Tiktok das famosas dancinhas.
    Ainda que a rede social de Zuckerberg seja caminho conhecido de fake news, a plataforma mais usada é o Twitter, a rede de microblogs de 240 caracteres, hoje propriedade do trilhardário sul-africano Elon Musk, cuja biografia já foi brevemente tratada neste blog.
    Antes da divulgação midiática da compra da plataforma, o dono da viação SpacEX veio ao Brasil causando frisson no governo e na grande mídia do fuxico. Na mesma época, foi divulgado que Musk teria afirmado que o Twitter não teria censura de ideias.
    A suposta afirmativa se deveu à retirada de postagens falaciosas de bolsonaristas a pedido da justiça antes do encontro de Musk com Bolsonaro e o ministro Fábio Farias (Comunicações). Não podemos reduzir tal afirmação a mero golpe publicitário. Não mesmo.
    O encontro com o presidente e o ministro, tuiteiros de carteirinha, não foi por acaso. Houve intenção séria, que pode explicar (e dar veracidade) à afirmação atribuída a Musk. Recentemente, o megaempresário determinou o banimento de jornalistas da rede de microblog.
    O banimento coincide com o expurgo de publicações de ativistas de esquerda. Há relatos de exclusão de comentários críticos aos teores das postagens de extrema-direita. Por aí se verifica uma história de amor entre o Twitter de Musk e a extrema-direita. Ótimo para o anarcocapitalismo.

Imagem: Google (padrão para esta série)

Para saber mais
https://www.youtube.com/watch?v=fjNvbEbuC8c (Meteoro Brasil, Musk bane jornalistas do Twitter, 17/12/2022)
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O fracking de Bolsonaro

        A 13 dias do apagar das luzes de seu mandato, o presidente Jair Bolsonaro prova que ainda tem em mãos a posse da caneta Bic. Após a repercussão do decreto que libera a exploração de recursos nas áreas indígenas, ele lançou um edital intitulado Poço Transparente.
        O edital dá sinal verde para a extração de gás natural pela tecnologia fracking (fratura) por pressão hidráulica em reservatórios não convencionais. Segue clareada breve sobre isso.
        Reservatórios convencionais- são rochas ou bacias mais conhecidas na extração tradicional de óleo e gás, em geral situados em bacias sedimentares do subsolo do leito oceânico em grande profundidade.
        Reservatórios não convencionais- são rochas ou bacias passíveis de conter óleo e gás, mas não são usuais para exploração devido às limitações geológicas, técnicas ou socioambientais.
        Mas as dificuldades não desanimam o mercado: o Brasil é um dos países mais promissores em reservatórios não convencionais, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e da Eneva, a maior operadora de gás natural do Brasil e integrante desse ambicioso mercado.
        A Eneve atualmente opera na bacia sedimentar do Parnaíba (Maranhão, Pará e Tocantins), tão promissora em reservas não convencionais quanto as de Solimões e Amazonas no Amazonas. E ela é só um exemplo. Outras empresas privadas têm o mesmíssimo olhar.
        Daí Bolsonaro apostar no fracking, método cujos cabos de aço ultra resistentes perfuram a rocha por imensa pressão hidráulica, que empurra uma cápsula que se dilata e cria falhas artificiais pelas quais o gás tende a escapar, podendo ser recolhido por estrutura paralela que o aspira.
        Em nota preliminar, o poço deveria distar 1500 m da fonte freática, e 500 m de habitações. Mas a Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (Abpip) e o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) discordaram exigindo atenuantes. O governo cedeu, e uma entidade reagiu.
        O Sindicato dos Petroleiros da Petrobras (Sindipetro) apresentou uma info de dados técnicos sobre os riscos socioambientais e geológicos do fracking, considerados altos o suficiente para o seu banimento por países como Alemanha, França e Reino Unido, entre outros. Cabe descrever brevemente os riscos:
        Socioambientais- amplos e dinâmicos, ligam-se à grande pressão hídrica e aos compostos liberados da cápsula de perfuração em eventual acidente. Os impactos ao meio físico e à saúde humana, da flora e da fauna podem ser enormes e de reparo praticamente impossível e dispendioso.
        Os compostos da cápsula são inflamáveis e voláteis, além de extremamente tóxicos à saúde da biota (inclui a humana). É considerado o potencial cancerígeno, degenerativo ou teratológico¹, e também o de agirem como gases-estufa na atmosfera.
        Geológicos- toda extração de subsolo gera instabilidade geológica local. Visando prevenção, petrolíferas preenchem as trapas² esvaziadas com cimento. Mas no fracking não há isso, tendo efeitos colaterais pela imprevisibilidade das falhas artificiais em extensão e comportamento.
        Se atingem grandes extensões acima e abaixo, há mais fraqueza das rochas do subsolo gerando tremores de terra com potencial de danos a habitações e outras estruturas humanas. A extensão das falhas pode se ligar, ou não, a acidentes na perfuração e à natureza das rochas.
        Reflexão- não é preciso ser especialista para perceber o quão inviável é essa tecnologia para nós. Como o risco de acidentes é muito alto, em um país mal preparado como o Brasil o potencial de danos pode ser tão grande quanto o despreparo ou falta de profissionais habilitados para acompanhamento.
        Dado que os riscos geológicos e socioambientais sejam altos, o fracking deverá exigir uma central de monitoramento, tal como as existentes em usinas de energia nuclear, para identificação de sinais luminosos de alarme por profissionais bem treinados a intervir. Mas terão tempo para isso? Impossível saber.
        Em caso de liberação de compostos, talvez haja necessidade de convocar militares para ajudar a recolher toneladas de solo, biota e alimentos contaminados e evacuar moradores para distância segura. Aliás, qual seria a distância segura para os moradores? Ninguém sabe ao certo, pois não há clareza sobre essa composição.
        Havendo explosão da cápsula de perfuração gerando incêndios, estes podem ser muito difíceis de debelar. Dado que ocorre forte greenwashing (manipulação publicitária enganosa) para a promoção dessa tecnologia pelo governo e pelo mercado, a razoável suspeita dos críticos sobre a fragilidade de segurança se intensifica.
        Se terremotos naturais já são imprevisíveis em si, os artificiais igualmente o são, principalmente pela sua magnitude e pelo potencial de danos, mesmo que sejam sempre esperados pelos profissionais da empresa operadora e pelos moradores das adjacências.
        Mas, como já sabemos, isso não abala Bolsonaro. Pelo contrário, talvez o embale como música de ninar. E nisso, o mercado agradece. E quem terá que se virar sobre isso será o governo vindouro.

Notas da autoria
¹ Induz a deformações congênitas fetais, compatíveis ou incompatíveis à vida.
² Zonas vazias devidas a desmoronamentos internos de uma ou mais rochas, ou a falhas naturais.

Para saber mais
https://www.youtube.com/watch?v=-yiFg-Iyftk (Meteoro Brasil, Bolsonaro incentiva tecnologia terrível, 18/12/2022)
https://www.politize.com.br/greenwashing-o-que-e/ (manipulação publicitária enganosa)
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Aprovação das contas da era Dilma comprova golpe

        A segunda parte da era Dilma Rousseff foi marcada por intensa movimentação do Congresso levando a seguidas derrotas do Executivo pelas reprovações de decretos, medidas provisórias e outros textos que a ex-presidenta da República apresentava aos parlamentares.
        Foi a partir daquela cartinha estranha de seu então vice Michel Temer que Dilma percebeu que toda uma movimentação viria no Congresso contra ela. E o que se seguiu é história, e mídias alternativas já expuseram outra versão diferente daquela exposta pela grande mídia.
        As pedaladas fiscais sempre houveram e todos os governantes protagonizaram isso sem efeitos posteriores, levando muitos a creditarem a deposição de Dilma não a essa movimentação de grana, mas a golpe mesmo – tese que vários grupos da esquerda sempre sustentaram, não importam as explicações.
        Anos depois, o ex-vice e ex-presidente Michel Temer foi entrevistado. Nessa entrevista, centrada naquele agitado governo, Temer foi indagado sobre a pessoa Dilma Rousseff. A resposta dele foi elogiosa: “ela é uma pessoa honestíssima, não cometeu crime algum”.
        Essa resposta gerou outra pergunta do jornalista: “o que, então, determinou o impeachment dela?”. Ele balbuciou colocando um motivo mais político, visto que o impeachment é uma medida política. Foi uma resposta evasiva que fortaleceu a tese defendida pelos grupos de esquerda.
        Recentemente, comissão parlamentar analisou os fatos da época e bateu o martelo sobre a real natureza do impeachment de Dilma Rousseff: pelo caráter dos atores arquitetos do impeachment – entra Temer – e seus propósitos, o processo foi definido como o que já sabíamos: Dilma sofreu um golpe.

Para saber mais
- https://www.youtube.com/watch?v=B8j7orLbuuU&t=5s (comissão confirma o que já sabíamos – Meteoro Brasil)
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Fatos desafiam Lira. E Lula

        Enquanto Bolsonaro tem agido em silêncio ensurdecedor aos apoiadores, uma movimentação anda ativa nos corredores do Congresso e entre a equipe de governo que, ainda em formação, já trabalha.
        Nesses dias, o presidente da Câmara Arthur Lira tentou com Lula condicionar o aprove da PEC da transição à manutenção do orçamento secreto, e a ala neoliberal da Câmara ainda meter o teto dos gastos como fator limitante.
        Só que, enquanto Lira pressionava Lula, o STF julgava a legalidade e transparência do orçamento secreto – tornado inconstitucional pelo voto de minerva de Lewandowski após nova votação em 19/12, que sucedeu a um pedido de vista de um dos ministros.
        Essa decisão foi um balde de água fria para Lira, que corre risco de não ser reeleito presidente da Câmara. Afinal, foi pelo dispositivo que ele se tornou tão temido quanto poderoso. Braço direito do notório corrupto Eduardo Cunha, ele se tornou uma versão piorada.
        Mas a queda não desanimou o centrão, que agora lançará mão de alternativa mais “legal”, mesmo sendo essencialmente uma barganha malandra. Em paralelo, o afrouxamento do teto de gastos teve aprovação do Congresso assim como a PEC.
        Interessante que o ministro Gilmar Mendes decido que, pelos princípios constitucionais, políticas sociais ligadas aos direitos elementares devem ficar fora do teto de gastos que, embora não seja ilegal, não pode cercear as políticas que consagram o direito à vida.
        Nesse sentido Lula teve dupla vitória, que se livra teoricamente da chantagem que Lira deu para a aprovação da PEC, mas cedeu a reduzir a duração em 1 ano, por estratégia conciliatória. Essa redução foi, para Lira, uma vitória compensatória frente à perda do orçamento secreto.
        O fim do orçamento secreto apenas retornou Lira ao centro do equilíbrio equitativo, harmonioso e independente entre os três poderes, o que, com o teto mais fraco, dá liberdade de trabalho ao Executivo lulista, antes bolsonarista e coagido pelo centrão para escapar do impeachment.
        A aprovação da PEC pode ser usada por Lira, que pode se voltar contra Lula devido à aliança deste com o inimigo Renan Calheiros, e aos cargos perdidos em ministérios como o da Saúde. Portanto, tal vitória também pode ser um desafio para o petista.
        Como se não bastasse, a PL do Veneno, que propõe liberar o uso de agroquímicos banidos por sua nocividade provada, entra como mais um desafio para Lula em termos socioambientais e econômicos. Pois é a agenda socioambiental que reaproxima o Brasil do cenário internacional.
        E nessa agenda entra também a pauta do uso responsável de agroquímicos., que foi desprezada por Bolsonaro e contribuiu para o isolamento do país. Sim, essa PL não é tão insignificante quando parece, pois tem apoio da galera do agro, e a torna mais um desafio para Lula negociar e vencer no diálogo.

Para saber mais
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Nísia Trindade na Saúde: uma questão política

        Após os levantamentos de dados pela equipe de transição, Lula começou a anunciar os ministros. Não foi tudo de uma vez, em virtude da resistência do PT e do presidente eleito quanto às investidas do centrão de Arthur Lira por um punhado de ministérios.
        Uma das ambições do centrão foi justamente o Ministério da Saúde, mas Lula categoricamente negou. E com razão: o grupo da saúde da equipe de transição pegou uma situação de “terra arrasada”, necessitando de uma gestão de saúde “a partir do zero”, o que afasta qualquer nome político.
     Alguns nomes conhecidos vieram à discussão, como os ex-ministros Alexandre Padilha e Gomes Temporão. Mas era claro que Lula queria sangue novo, e foi aí que, em anúncio de novos ministros para a imprensa, ele anunciou o nome da Saúde: Nísia Trindade.
        A nomeação de Nísia Trindade soou interessante: é a primeira mulher nomeada para comandar o MS (grandes comandos femininos parecem coisa do petismo, heim!), e por ser presidente da Fundação Oswaldo Cruz no Rio de Janeiro.
        À primeira vista, Nísia encontrou uma desconfiança no PT. Ela foi indicada pelo ex-presidente Michel Temer ao comando da Fiocruz. Mas, como gestora desde 2017, Nísia mostrou clara prioridade numa atuação técnica e competente, que é justamente o desejado por Lula.
        A escolha por Nísia foi elogiada por cientistas políticos e ex-ministros da Saúde. Em entrevista ao portal UOL, o sanitarista Gonzalo Vecina considerou a escolha acertada, pois o contexto encontrado necessita de muita sensibilidade e visão aguçada, vistas como características notórias em Nísia.
        De fato, não é qualquer um que comanda entidade referência em doenças endêmicas esquecidas e as infectocontagiosas e que ainda produz vacinas culminando com a AstraZeneca que ajudou a mitigar os efeitos da pandemia de C19.
        Talvez essa ligação entre a produção da AstraZeneca e Nísia à frente da Fiocruz tenha levado Lula a essa nomeação, em virtude do recrudescimento global da pandemia com aumento de mortes. Mas há outros motivos que impulsionam essa escolha.
        Segundo Carla Domingues, ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunização, em entrevista à BandNewsFM, Nísia foi escolhida por ter como pauta a prioridade em fortalecimento do SUS, dado o recrudescimento não só da C19, como também de outras doenças infectocontagiosas.
        Pois o SUS é uma das prioridades de Lula, daí a recusa a barganhas políticas no MS. Apesar dessa prioridade técnica, Nísia terá, como ministra, que assumir uma posição política. O cargo é político, apesar da atuação técnica. E blindar o MS de barganhas é uma questão sobretudo política.

Para saber mais
- https://www.youtube.com/watch?v=FbAmvsJ4q8w (Reinaldo Azevedo – o feito inédito de Lula)
- https://www.youtube.com/watch?v=KnPkK5pkM7I (BandNewsFM - Nísia tem prioridade no SUS)
- https://www.youtube.com/watch?v=tCmrDA9flQM (UOL - Vecina diz que a escolha de Nísia foi acertada)
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Meio ambiente: Marina vence

        Em meio à movimentada votação da PEC da transição no Congresso, o presidente eleito Lula atendeu ao anseio da mídia ao anunciar mais 16 novos ministros definidos totalizando, até o momento, 21 nomes já fechados.
        Com esses 21 nomes já definidos, ainda sobram 26 nomeações para completar a turma de 37 ministérios a comporem o governo vindouro. Parece haver um inchaço da máquina governamental, mas na realidade se segue um redirecionamento de gestões, antes reduzidas a secretarias na era Bolsonaro.
        A praticamente uma semana da virada de ano, Lula tem muita pressa em definir logo os nomes. Só que segue uma indefinição na composição das pastas nas quais governos internacionais estão de olho: Meio Ambiente, Agricultura, Autoridade Climática, Cidades e Planejamento, entre outras.
        É que Lula conversou com caciques do MDB sobre a nomeação de pelo menos três nomes deste partido para ocupar alguns dos ministérios. E um desses nomes é cota pessoal do petista: Simone Tebet, dado o expressivo apoio que ela prestou durante a campanha do segundo turno eleitoral.
        Tebet tem ciência dessa gratidão, e da ambição do petista em ter um governo de frente ampla, em nome da governabilidade. Lula lhe ofereceu a pasta de Meio Ambiente, ela até cedeu após resistência leve, mas agora enfrenta resistência de um nome de peso: Marina Silva.
        Marina acredita ver revés pelo agro se Simone ocupar a pasta de Meio Ambiente. Embora não duvide da competência da senadora, a deputada eleita diz que quer repetir a experiência com propostas mais consistentes e salienta que o cargo de Autoridade Climática deveria ser ocupado por especialista.
        Embora seu desejo pela dobradinha Simone-Marina em Meio Ambiente-Autoridade Climática tenha sido frustrado, Lula entendeu as explicações de Marina em reunião com ela nesse dia 23/12. Por não ser especialista na nova área, Simone passa a ser cotada para o ministério das Cidades.
        Em fria análise, o Ministério das Cidades pode ser uma boa opção para Tebet, pois a pasta pode se aproximar da de Desenvolvimento Social em propostas interdisciplinares inerentes. Já em Autoridade Climática, Lula pode optar em conversar com Ricardo Galvão (MCTI) para indicar um nome confiável, que falta na equipe de transição.
        Também na fria análise, esses encaminhamentos em fase de definição contribuem para amenizar a divisão na equipe de transição. Mas agora se reconhece na equipe a lacuna de alguém capacitado para a pasta inédita que, junto à do Meio Ambiente, vai reincluir o Brasil no cenário global.
        Marina venceu. Mas Lula quer Simone. Sorte que tem ainda mais 16 ministérios à frente. É aguardar o anúncio prometido para depois do Natal.

Para saber mais
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Explicado o silêncio de Bolsonaro?

        Desde 30/10 o presidente Jair Bolsonaro tem assumido uma postura de silêncio e distância, com raras aparições públicas. Foi apenas em um evento de formatura de militares e conversou com apoiadores fora do cercadinho. Fora isso, tudo que temos visto pelas mídias tem sido lágrimas.
        Lágrimas de crocodilo: na última conversa com os bolsominions, dos quais se distava por um canal d’água nas cercanias do Alvorada, ele pareceu tão entusiástico e raivoso quanto sempre foi.
        Como sempre, falas de incentivo constante aos bolsominions que já dão sinais de cansaço, diarreia e outros problemas de saúde, mas em nome de “Deus, pátria, família e intervenção federal” não dão o braço a torcer e já vivenciam estilo de vida de mendicância, deixando seus dejetos por aí.
        Enquanto as mídias oscilam entre o mimimi do mercado, as movimentações de Lula e as lágrimas (supostas) de Bolsonaro, foi vazada uma informação, surgida após a divulgação da mídia sobre a ida do deputado Eduardo Bolsonaro aos EUA.
        É que a ida de Eduardo Bolsonaro (o Dudu Bananinha) aos EUA coincide com a nota de que o ex-presidente Donald Trump, enquanto ainda não vai preso, está se movendo para voltar ao poder, tendo se reaproximado com Steve Bannon, o seu Olavo de Carvalho, que retomou a liberdade.
        Agora, notícias mais recentes apontam que Carlos Bolsonaro, o Carluxo, também viajou aos EUA. Tanto Carlos quanto Eduardo declararam à imprensa que iriam preceder o pai, que viajará para lá marcada para o dia 28/12 encontrar o presidente Joe Biden e pretende ficar por alguns meses.
        Detalhe: os filhos não disseram quanto tempo ficarão por lá. E olha que devem retomar deveres políticos no início do ano que vem. Mas...
        Há quem imagine que a ida dos Bolsonaro aos EUA no mesmo momento da movimentação de Trump e de Bannon seja apenas coincidência. Mas, o que praticamente derruba essa tese é o fato de eles todos, inclusive Bannon, estarem hospedados em um resort de luxo. E adivinhem quem é o proprietário? Trump.
        Com tudo isso, não é possível continuar a crer que seja mera coincidência. O encontro com Joe Biden soa como pretexto, embora ainda seja cedo julgar, mas vale desconfiar. Tudo isso fede a segundas intenções de retorno ao poder a todo custo, sendo Trump em 2024 e Jair Bolsonaro em 2026.
        E talvez não queiram esperar esse tempo: segundo Professor Leonardo, do canal do mesmo nome, Bolsonaro havia declarado que não passará a faixa para Lula na posse deste, e foi aos EUA, seguido pelos filhos. Ele acredita que o encontro deles com Trump e Bannon pode ser um sinal de perigo ao petista.
        Ainda que não tenhamos provas, a afirmação de Leonardo faz sentido. O intento manifestado de bolsominions em vários atos de terrorismo como temos visto, bomba recente e a ideia do GSI de retirar parte da segurança são indicações claras de que o petista corre, sim, risco maximizado.
        Tudo isso explica o silêncio de Bolsonaro como mera malandragem midiática e politicagem. Como já apontado antes, a catarse coletiva culminada em terror (crime punível) é cortina de fumaça para nos distrair. Vale a toda a mídia escutar o palpável silêncio de Bolsonaro. De preferência ao redor do resort de Trump.

Para saber mais
- https://www.youtube.com/watch?v=W_E7JHN96M4 (Prof Leonardo: Lula corre risco sim!).
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CURTAS 98 - ANÁLISES (Brasil- Congresso)

  A GUERRA POVO X CONGRESSO                     A derrota inicial do decreto do IOF do governo federal pelo STF foi silenciosamente comemo...