Quando lançou em 2004
a plataforma batizada com o seu nome, o engenheiro técnico turco da Google
Orkut Büyükkökten talvez não tivesse ideia do que estava fazendo: ele inaugurou
a era das redes sociais, que conta hoje com várias plataformas.
Finado em 2014, o Orkut
é muito lembrado pela liberdade de postar. Mas falhas de segurança (vírus, malwares)
levaram o Google a fechá-lo. As novas redes sociais nasceram com dispositivos
protetivos e filtros algorítmicos, conforme a legislação de cada país.
Tais filtros
facilitam novas amizades por afinidade, mas também travam algumas postagens. No
Brasil, a bomba de fake news da extrema direita fez a legislação exigir
das plataformas como o Facebook, Instagram, Twitter e até o Tiktok das famosas
dancinhas.
Ainda que a rede
social de Zuckerberg seja caminho conhecido de fake news, a plataforma
mais usada é o Twitter, a rede de microblogs de 240 caracteres, hoje
propriedade do trilhardário sul-africano Elon Musk, cuja biografia já foi
brevemente tratada neste blog.
Antes da divulgação
midiática da compra da plataforma, o dono da viação SpacEX veio ao Brasil
causando frisson no governo e na grande mídia do fuxico. Na mesma época, foi
divulgado que Musk teria afirmado que o Twitter não teria censura de ideias.
A suposta afirmativa
se deveu à retirada de postagens falaciosas de bolsonaristas a pedido da
justiça antes do encontro de Musk com Bolsonaro e o ministro Fábio Farias
(Comunicações). Não podemos reduzir tal afirmação a mero golpe publicitário.
Não mesmo.
O encontro com o
presidente e o ministro, tuiteiros de carteirinha, não foi por acaso. Houve
intenção séria, que pode explicar (e dar veracidade) à afirmação atribuída a
Musk. Recentemente, o megaempresário determinou o banimento de jornalistas da
rede de microblog.
O banimento coincide
com o expurgo de publicações de ativistas de esquerda. Há relatos de exclusão
de comentários críticos aos teores das postagens de extrema-direita. Por aí se
verifica uma história de amor entre o Twitter de Musk e a extrema-direita.
Ótimo para o anarcocapitalismo.
Imagem: Google (padrão para esta série)
Para saber mais
- https://www.youtube.com/watch?v=fjNvbEbuC8c (Meteoro Brasil, Musk bane jornalistas do Twitter,
17/12/2022)
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O fracking de
Bolsonaro
A 13 dias do apagar
das luzes de seu mandato, o presidente Jair Bolsonaro prova que ainda tem em
mãos a posse da caneta Bic. Após a repercussão do decreto que libera a exploração
de recursos nas áreas indígenas, ele lançou um edital intitulado Poço
Transparente.
O edital dá sinal
verde para a extração de gás natural pela tecnologia fracking (fratura)
por pressão hidráulica em reservatórios não convencionais. Segue clareada breve
sobre isso.
Reservatórios
convencionais- são rochas ou bacias
mais conhecidas na extração tradicional de óleo e gás, em geral situados em
bacias sedimentares do subsolo do leito oceânico em grande profundidade.
Reservatórios não
convencionais- são rochas ou bacias
passíveis de conter óleo e gás, mas não são usuais para exploração devido às
limitações geológicas, técnicas ou socioambientais.
Mas as dificuldades
não desanimam o mercado: o Brasil é um dos países mais promissores em
reservatórios não convencionais, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE)
e da Eneva, a maior operadora de gás natural do Brasil e integrante desse
ambicioso mercado.
A Eneve atualmente
opera na bacia sedimentar do Parnaíba (Maranhão, Pará e Tocantins), tão
promissora em reservas não convencionais quanto as de Solimões e Amazonas no
Amazonas. E ela é só um exemplo. Outras empresas privadas têm o mesmíssimo olhar.
Daí Bolsonaro apostar
no fracking, método cujos cabos de aço ultra resistentes perfuram a
rocha por imensa pressão hidráulica, que empurra uma cápsula que se dilata e
cria falhas artificiais pelas quais o gás tende a escapar, podendo ser recolhido
por estrutura paralela que o aspira.
Em nota preliminar, o
poço deveria distar 1500 m da fonte freática, e 500 m de habitações. Mas a Associação
Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (Abpip) e o Instituto
Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) discordaram exigindo atenuantes. O governo
cedeu, e uma entidade reagiu.
O Sindicato dos
Petroleiros da Petrobras (Sindipetro) apresentou uma info de dados
técnicos sobre os riscos socioambientais e geológicos do fracking,
considerados altos o suficiente para o seu banimento por países como Alemanha,
França e Reino Unido, entre outros. Cabe descrever brevemente os riscos:
Socioambientais- amplos e dinâmicos, ligam-se à grande pressão
hídrica e aos compostos liberados da cápsula de perfuração em eventual acidente.
Os impactos ao meio físico e à saúde humana, da flora e da fauna podem ser enormes
e de reparo praticamente impossível e dispendioso.
Os compostos da cápsula
são inflamáveis e voláteis, além de extremamente tóxicos à saúde da biota (inclui
a humana). É considerado o potencial cancerígeno, degenerativo ou teratológico¹,
e também o de agirem como gases-estufa na atmosfera.
Geológicos- toda extração de subsolo gera instabilidade geológica
local. Visando prevenção, petrolíferas preenchem as trapas² esvaziadas com
cimento. Mas no fracking não há isso, tendo efeitos colaterais pela imprevisibilidade
das falhas artificiais em extensão e comportamento.
Se atingem grandes
extensões acima e abaixo, há mais fraqueza das rochas do subsolo gerando
tremores de terra com potencial de danos a habitações e outras estruturas
humanas. A extensão das falhas pode se ligar, ou não, a acidentes na perfuração
e à natureza das rochas.
Reflexão- não é preciso ser especialista para perceber o quão
inviável é essa tecnologia para nós. Como o risco de acidentes é muito alto, em
um país mal preparado como o Brasil o potencial de danos pode ser tão grande
quanto o despreparo ou falta de profissionais habilitados para acompanhamento.
Dado que os riscos
geológicos e socioambientais sejam altos, o fracking deverá exigir uma
central de monitoramento, tal como as existentes em usinas de energia nuclear,
para identificação de sinais luminosos de alarme por profissionais bem
treinados a intervir. Mas terão tempo para isso? Impossível saber.
Em caso de liberação
de compostos, talvez haja necessidade de convocar militares para ajudar a recolher
toneladas de solo, biota e alimentos contaminados e evacuar moradores para distância
segura. Aliás, qual seria a distância segura para os moradores? Ninguém sabe ao
certo, pois não há clareza sobre essa composição.
Havendo explosão da
cápsula de perfuração gerando incêndios, estes podem ser muito difíceis de
debelar. Dado que ocorre forte greenwashing (manipulação publicitária enganosa) para a
promoção dessa tecnologia pelo governo e pelo mercado, a razoável suspeita dos críticos sobre a fragilidade
de segurança se intensifica.
Se terremotos naturais
já são imprevisíveis em si, os artificiais igualmente o são, principalmente pela
sua magnitude e pelo potencial de danos, mesmo que sejam sempre esperados pelos
profissionais da empresa operadora e pelos moradores das adjacências.
Mas, como já sabemos,
isso não abala Bolsonaro. Pelo contrário, talvez o embale como música de ninar.
E nisso, o mercado agradece. E quem terá que se virar sobre isso será o governo
vindouro.
Notas da autoria
¹ Induz a deformações congênitas fetais, compatíveis ou incompatíveis à vida.
² Zonas vazias devidas a desmoronamentos internos de uma ou mais rochas, ou a falhas naturais.
Para saber mais
- https://www.youtube.com/watch?v=-yiFg-Iyftk (Meteoro Brasil, Bolsonaro incentiva tecnologia
terrível, 18/12/2022)
- http://antigo.mme.gov.br/c/document_library/get_file?uuid=fac50b8d-e5cf-c0de-6c4c-0c7862d1fc79&groupId=36212 (visualização do edital a partir da 2ª página)
- https://sites.unipampa.edu.br/mvgp/propriedades-fisicas-dos-minerais/ (geologia, propriedades dos minerais).
- https://www.politize.com.br/greenwashing-o-que-e/ (manipulação publicitária enganosa)
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Aprovação das contas
da era Dilma comprova golpe
A segunda parte da
era Dilma Rousseff foi marcada por intensa movimentação do Congresso levando a
seguidas derrotas do Executivo pelas reprovações de decretos, medidas provisórias
e outros textos que a ex-presidenta da República apresentava aos parlamentares.
Foi a partir daquela
cartinha estranha de seu então vice Michel Temer que Dilma percebeu que toda uma
movimentação viria no Congresso contra ela. E o que se seguiu é história, e mídias
alternativas já expuseram outra versão diferente daquela exposta pela grande
mídia.
As pedaladas fiscais sempre
houveram e todos os governantes protagonizaram isso sem efeitos posteriores,
levando muitos a creditarem a deposição de Dilma não a essa movimentação de
grana, mas a golpe mesmo – tese que vários grupos da esquerda sempre
sustentaram, não importam as explicações.
Anos depois, o ex-vice
e ex-presidente Michel Temer foi entrevistado. Nessa entrevista, centrada naquele
agitado governo, Temer foi indagado sobre a pessoa Dilma Rousseff. A resposta
dele foi elogiosa: “ela é uma pessoa honestíssima, não cometeu crime algum”.
Essa resposta gerou
outra pergunta do jornalista: “o que, então, determinou o impeachment dela?”.
Ele balbuciou colocando um motivo mais político, visto que o impeachment é uma
medida política. Foi uma resposta evasiva que fortaleceu a tese defendida pelos
grupos de esquerda.
Recentemente,
comissão parlamentar analisou os fatos da época e bateu o martelo sobre a real
natureza do impeachment de Dilma Rousseff: pelo caráter dos atores arquitetos
do impeachment – entra Temer – e seus propósitos, o processo foi definido como o
que já sabíamos: Dilma sofreu um golpe.
Para saber mais
- https://www.youtube.com/watch?v=B8j7orLbuuU&t=5s
(comissão confirma o que já sabíamos – Meteoro Brasil)
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Fatos desafiam Lira.
E Lula
Enquanto Bolsonaro
tem agido em silêncio ensurdecedor aos apoiadores, uma movimentação anda ativa
nos corredores do Congresso e entre a equipe de governo que, ainda em formação,
já trabalha.
Nesses dias, o
presidente da Câmara Arthur Lira tentou com Lula condicionar o aprove da PEC da
transição à manutenção do orçamento secreto, e a ala neoliberal da Câmara ainda
meter o teto dos gastos como fator limitante.
Só que, enquanto Lira pressionava
Lula, o STF julgava a legalidade e transparência do orçamento secreto – tornado
inconstitucional pelo voto de minerva de Lewandowski após nova votação em
19/12, que sucedeu a um pedido de vista de um dos ministros.
Essa decisão foi um
balde de água fria para Lira, que corre risco de não ser reeleito presidente da
Câmara. Afinal, foi pelo dispositivo que ele se tornou tão temido quanto
poderoso. Braço direito do notório corrupto Eduardo Cunha, ele se tornou uma
versão piorada.
Mas a queda não desanimou
o centrão, que agora lançará mão de alternativa mais “legal”, mesmo sendo
essencialmente uma barganha malandra. Em paralelo, o afrouxamento do teto de gastos
teve aprovação do Congresso assim como a PEC.
Interessante que o ministro
Gilmar Mendes decido que, pelos princípios constitucionais, políticas sociais ligadas
aos direitos elementares devem ficar fora do teto de gastos que, embora não
seja ilegal, não pode cercear as políticas que consagram o direito à vida.
Nesse sentido Lula
teve dupla vitória, que se livra teoricamente da chantagem que Lira deu para a
aprovação da PEC, mas cedeu a reduzir a duração em 1 ano, por estratégia conciliatória.
Essa redução foi, para Lira, uma vitória compensatória frente à perda do
orçamento secreto.
O fim do orçamento
secreto apenas retornou Lira ao centro do equilíbrio equitativo, harmonioso e
independente entre os três poderes, o que, com o teto mais fraco, dá liberdade
de trabalho ao Executivo lulista, antes bolsonarista e coagido pelo centrão para escapar do
impeachment.
A aprovação da PEC
pode ser usada por Lira, que pode se voltar contra Lula devido à aliança deste
com o inimigo Renan Calheiros, e aos cargos perdidos em ministérios como o da
Saúde. Portanto, tal vitória também pode ser um desafio para o petista.
Como se não bastasse,
a PL do Veneno, que propõe liberar o uso de agroquímicos banidos por sua nocividade
provada, entra como mais um desafio para Lula em termos socioambientais e econômicos.
Pois é a agenda socioambiental que reaproxima o Brasil do cenário
internacional.
E nessa agenda entra
também a pauta do uso responsável de agroquímicos., que foi desprezada
por Bolsonaro e contribuiu para o isolamento do país. Sim, essa PL não é tão
insignificante quando parece, pois tem apoio da galera do agro, e a torna mais
um desafio para Lula negociar e vencer no diálogo.
Para saber mais
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Nísia Trindade na Saúde: uma questão política
Após os levantamentos
de dados pela equipe de transição, Lula começou a anunciar os ministros. Não
foi tudo de uma vez, em virtude da resistência do PT e do presidente eleito
quanto às investidas do centrão de Arthur Lira por um punhado de ministérios.
Uma das ambições do
centrão foi justamente o Ministério da Saúde, mas Lula categoricamente negou. E
com razão: o grupo da saúde da equipe de transição pegou uma situação de “terra
arrasada”, necessitando de uma gestão de saúde “a partir do zero”, o que afasta
qualquer nome político.
Alguns nomes conhecidos
vieram à discussão, como os ex-ministros Alexandre Padilha e Gomes Temporão.
Mas era claro que Lula queria sangue novo, e foi aí que, em anúncio de novos
ministros para a imprensa, ele anunciou o nome da Saúde: Nísia Trindade.
A nomeação de Nísia
Trindade soou interessante: é a primeira mulher nomeada para comandar o MS (grandes
comandos femininos parecem coisa do petismo, heim!), e por ser presidente da Fundação
Oswaldo Cruz no Rio de Janeiro.
À primeira vista,
Nísia encontrou uma desconfiança no PT. Ela foi indicada pelo ex-presidente Michel
Temer ao comando da Fiocruz. Mas, como gestora desde 2017, Nísia mostrou clara
prioridade numa atuação técnica e competente, que é justamente o desejado por Lula.
A escolha por Nísia
foi elogiada por cientistas políticos e ex-ministros da Saúde. Em entrevista ao
portal UOL, o sanitarista Gonzalo Vecina considerou a escolha acertada, pois o
contexto encontrado necessita de muita sensibilidade e visão aguçada, vistas
como características notórias em Nísia.
De fato, não é qualquer
um que comanda entidade referência em doenças endêmicas esquecidas e as infectocontagiosas
e que ainda produz vacinas culminando com a AstraZeneca que ajudou a mitigar os
efeitos da pandemia de C19.
Talvez essa ligação
entre a produção da AstraZeneca e Nísia à frente da Fiocruz tenha levado Lula a
essa nomeação, em virtude do recrudescimento global da pandemia com aumento de mortes.
Mas há outros motivos que impulsionam essa escolha.
Segundo Carla
Domingues, ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunização, em entrevista à
BandNewsFM, Nísia foi escolhida por ter como pauta a prioridade em
fortalecimento do SUS, dado o recrudescimento não só da C19, como também de outras
doenças infectocontagiosas.
Pois o SUS é uma das
prioridades de Lula, daí a recusa a barganhas políticas no MS. Apesar dessa
prioridade técnica, Nísia terá, como ministra, que assumir uma posição política.
O cargo é político, apesar da atuação técnica. E blindar o MS de barganhas é
uma questão sobretudo política.
Para saber mais
- https://www.youtube.com/watch?v=FbAmvsJ4q8w
(Reinaldo Azevedo – o feito inédito de Lula)
- https://www.youtube.com/watch?v=KnPkK5pkM7I
(BandNewsFM - Nísia tem prioridade no SUS)
- https://www.youtube.com/watch?v=tCmrDA9flQM
(UOL - Vecina diz que a escolha de Nísia foi acertada)
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Meio ambiente: Marina
vence
Em meio à movimentada
votação da PEC da transição no Congresso, o presidente eleito Lula atendeu ao
anseio da mídia ao anunciar mais 16 novos ministros definidos totalizando, até
o momento, 21 nomes já fechados.
Com esses 21 nomes já
definidos, ainda sobram 26 nomeações para completar a turma de 37 ministérios a
comporem o governo vindouro. Parece haver um inchaço da máquina governamental, mas
na realidade se segue um redirecionamento de gestões, antes reduzidas a
secretarias na era Bolsonaro.
A praticamente uma
semana da virada de ano, Lula tem muita pressa em definir logo os nomes. Só que
segue uma indefinição na composição das pastas nas quais governos internacionais
estão de olho: Meio Ambiente, Agricultura, Autoridade Climática, Cidades e
Planejamento, entre outras.
É que Lula conversou
com caciques do MDB sobre a nomeação de pelo menos três nomes deste partido para
ocupar alguns dos ministérios. E um desses nomes é cota pessoal do petista:
Simone Tebet, dado o expressivo apoio que ela prestou durante a campanha do
segundo turno eleitoral.
Tebet tem ciência dessa
gratidão, e da ambição do petista em ter um governo de frente ampla, em nome da
governabilidade. Lula lhe ofereceu a pasta de Meio Ambiente, ela até cedeu após
resistência leve, mas agora enfrenta resistência de um nome de peso: Marina Silva.
Marina acredita ver
revés pelo agro se Simone ocupar a pasta de Meio Ambiente. Embora não duvide da
competência da senadora, a deputada eleita diz que quer repetir a experiência com
propostas mais consistentes e salienta que o cargo de Autoridade Climática
deveria ser ocupado por especialista.
Embora seu desejo pela
dobradinha Simone-Marina em Meio Ambiente-Autoridade Climática tenha sido
frustrado, Lula entendeu as explicações de Marina em reunião com ela nesse dia
23/12. Por não ser especialista na nova área, Simone passa a ser cotada para o
ministério das Cidades.
Em fria análise, o
Ministério das Cidades pode ser uma boa opção para Tebet, pois a pasta pode se
aproximar da de Desenvolvimento Social em propostas interdisciplinares inerentes.
Já em Autoridade Climática, Lula pode optar em conversar com Ricardo Galvão
(MCTI) para indicar um nome confiável, que falta na equipe de transição.
Também na fria
análise, esses encaminhamentos em fase de definição contribuem para amenizar a
divisão na equipe de transição. Mas agora se reconhece na equipe a lacuna de
alguém capacitado para a pasta inédita que, junto à do Meio Ambiente, vai reincluir
o Brasil no cenário global.
Marina venceu. Mas Lula quer Simone. Sorte que tem ainda mais 16 ministérios à frente. É aguardar o anúncio prometido para depois do Natal.
Para saber mais
- https://www.brasil247.com/regionais/brasilia/marina-resiste-a-abrir-mao-do-meio-ambiente-para-tebet
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Explicado o silêncio
de Bolsonaro?
Desde 30/10 o
presidente Jair Bolsonaro tem assumido uma postura de silêncio e distância, com
raras aparições públicas. Foi apenas em um evento de formatura de militares e
conversou com apoiadores fora do cercadinho. Fora isso, tudo que temos visto
pelas mídias tem sido lágrimas.
Lágrimas de
crocodilo: na última conversa com os bolsominions, dos quais se distava
por um canal d’água nas cercanias do Alvorada, ele pareceu tão entusiástico e
raivoso quanto sempre foi.
Como sempre, falas de
incentivo constante aos bolsominions que já dão sinais de cansaço, diarreia
e outros problemas de saúde, mas em nome de “Deus, pátria, família e
intervenção federal” não dão o braço a torcer e já vivenciam estilo de vida
de mendicância, deixando seus dejetos por aí.
Enquanto as mídias
oscilam entre o mimimi do mercado, as movimentações de Lula e as lágrimas
(supostas) de Bolsonaro, foi vazada uma informação, surgida após a divulgação
da mídia sobre a ida do deputado Eduardo Bolsonaro aos EUA.
É que a ida de
Eduardo Bolsonaro (o Dudu Bananinha) aos EUA coincide com a nota de que o
ex-presidente Donald Trump, enquanto ainda não vai preso, está se movendo para
voltar ao poder, tendo se reaproximado com Steve Bannon, o seu Olavo de
Carvalho, que retomou a liberdade.
Agora, notícias mais recentes
apontam que Carlos Bolsonaro, o Carluxo, também viajou aos EUA. Tanto Carlos
quanto Eduardo declararam à imprensa que iriam preceder o pai, que viajará para
lá marcada para o dia 28/12 encontrar o presidente Joe Biden e pretende ficar
por alguns meses.
Detalhe: os filhos
não disseram quanto tempo ficarão por lá. E olha que devem retomar deveres
políticos no início do ano que vem. Mas...
Há quem imagine que a
ida dos Bolsonaro aos EUA no mesmo momento da movimentação de Trump e de Bannon
seja apenas coincidência. Mas, o que praticamente derruba essa tese é o fato de
eles todos, inclusive Bannon, estarem hospedados em um resort de luxo. E adivinhem
quem é o proprietário? Trump.
Com tudo isso, não é
possível continuar a crer que seja mera coincidência. O encontro com Joe Biden
soa como pretexto, embora ainda seja cedo julgar, mas vale desconfiar. Tudo isso
fede a segundas intenções de retorno ao poder a todo custo, sendo Trump em 2024
e Jair Bolsonaro em 2026.
E talvez não queiram
esperar esse tempo: segundo Professor Leonardo, do canal do mesmo nome, Bolsonaro
havia declarado que não passará a faixa para Lula na posse deste, e foi aos EUA,
seguido pelos filhos. Ele acredita que o encontro deles com Trump e Bannon pode
ser um sinal de perigo ao petista.
Ainda que não
tenhamos provas, a afirmação de Leonardo faz sentido. O intento manifestado de bolsominions
em vários atos de terrorismo como temos visto, bomba recente e a ideia do GSI
de retirar parte da segurança são indicações claras de que o petista corre,
sim, risco maximizado.
Tudo isso explica o
silêncio de Bolsonaro como mera malandragem midiática e politicagem. Como já
apontado antes, a catarse coletiva culminada em terror (crime punível) é cortina
de fumaça para nos distrair. Vale a toda a mídia escutar o palpável silêncio de
Bolsonaro. De preferência ao redor do resort de Trump.
Para saber mais
- https://www.youtube.com/watch?v=W_E7JHN96M4 (Prof Leonardo: Lula corre risco sim!).
- https://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2022-12-24/bolsonaro-viagem-eua-faixa-presidencial-lula.html
(de 24/12/2022)
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