Revanche
reacionária 1 – armas livres
Flávio
Dino (STF) disse que opera a “democracia do piti” no Congresso desde a sua decisão
da transparência e restrição sobre as emendas. O Centrão de Lira e Pacheco
ainda range os dentes com a minimização da mamata extra.
Os
ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento) já sabem que
o novo pacote fiscal será descaracterizado para seu aprove, como aconteceu com
a já promulgada PEC da reforma tributária.
Em
seu mundo paralelo – só convergente com real quando há dinheiro –, os
bolsonaristas se aproveitam dos indiciamentos e prisões preventivas de milicos
golpistas para se movimentarem na sua listinha de vinganças.
E
quase tiveram orgasmo numa delas: o senado aprovou a exclusão das armas de fogo
da lista do imposto seletivo, que sobretaxa produtos que atentam contra
a vida individual, social e ambiental para desmotivar o seu consumo.
Revanche
reacionária 2 – fumaça antifeminista
Os
parlamentares bolsonaristas têm especial gosto de fazer guerra ideológica. Seja
em ofensa à honra de Lula e aos colegas opostos, ou por suas propostas
estapafúrdias, como as contrárias aos direitos sexuais e reprodutivos.
A
revanche bolsonarista contra o aborto não é novidade. Nos anos 2010, Marcos
Feliciano e Eduardo Cunha puxaram a corda contra LGBTQIA+ e aborto. Os
bolsonaristas apenas aprofundaram a bizarrice da coisa.
Só
neste governo vieram a PL1409, que propõe punir por até 20 anos a estuprada
grávida que abortar – mais do que o meliante; e a PEC do aborto, que propõe
condenar a interrupção inclusive nos casos legais previstos.
Na
realidade mesmo, se trata tudo isso de cortina de fumaça contra possível descoberta de parlamentares
que incentivaram ou financiaram a intentona de 8/1/23, enquanto a PEC da Anistia não pode ser votada. A prisão de Braga Neto
os deixou apavorados.
Revanche
reacionária 3- desinformação na escola
Na escola
e na universidade aprendemos informações formais fundamentadas na ciência e
repassadas didaticamente. Sua prática refinada e em reconstrução é o conhecimento,
passível, portanto, de reforço ou reconstrução pela ciência.
Nesse
sentido, qualquer ditame sem fundamento que contradiga o estabelecido é
considerado enganoso ou falso. Mesmo assim, a era digital – que amplia o
acesso aos saberes – dá espaço crescente a plataformas ou canais de
desinformação.
O maior
canal é o milionário Brasil Paralelo (BP), cujos “documentários” em
vídeos visualmente bem feitos seduzem um público crescente e mais jovem, em
centros educativos e igrejas nas favelas, mal assistidas pelo Estado.
Através
das redes sociais, onde investe R$ milhões em anúncios, a BP veicula negacionismo
científico e histórico destruindo o espírito crítico e político fomentando, portanto,
ódio, intolerância e violência. E isso já preocupa as autoridades cientes de
seu método.
As autoridades
conhecem o poder financeiro da BP, bem como o seu poder de desinformar e apontam
a consequente anomia social a partir do esgarçamento das instituições educativas
e democráticas – e até mesmo da República (res publica, a casa pública).
É
preciso combater a BP e a extrema-direita que a financia. Esta última é pelo
voto, o que necessita de nova forma de convencer a massa. já combater a BP necessita
de mais cálculo, estratégia e dinheiro – e o mecanismo certo de ataque.
Prisão
de milicos golpistas 1- valores invertidos
As
Forças Armadas e as PMs são simbolizadas como instituições de disciplina, força
e hierarquia. Mas a História nos revela que isso não tem nada a ver com
caráter. Que o digam Mauro Cid e os kids pretos da intentona bolsonarista de 8/1/23.
Preso
por crimes ligados às joias sauditas e como partícipe da reunião do golpe na
casa de Braga Neto, Cid foi enrabado pelo STF para contar tudinho o que sabe, o
que contribuiria para a operação Contragolpe da PF que desmantelou a quadrilha golpista.
Essa
operação indiciou o ex-presidente Bolsonaro e mais 39 pessoas, várias delas
militares. Isso levou o general Braga Neto a procurar o pai de Mauro Cid para
conseguir informações da nova delação.
Só
que Braga Neto foi pego na botija e foi em cana. Por isso e por ter reunido a
quadrilha na sua casa. Sua prisão revela que as instituições militares carecem
muito dos valores corretos – que incidem no caráter.
Prisão
de milicos golpistas 2- lições
A Comissão
Nacional da Verdade (CNV) 2012 reconheceu apenas o ex-coronel do Exército Carlos Alberto Brilhante
Ustra como criminoso por tortura e morte na ditadura militar. Decepcionou por
manter impunes os demais milicos igualmente criminosos.
O
veredicto do CNV reforçou a descrença popular na chance de militares serem punidos de
fato um dia. A patuleia vê o STM (Supremo Tribunal Militar) como um desperdício
de dinheiro, por manter tantos exemplos de impunidade.
Mas,
na era Lula 3, desde a CPMI do Golpe vimos milicos da PM-DF e do Exército serem
presos pela Intentona do 8/1. Entre os do Exército estão presos o tenente-coronel Mauro Cid, 6 oficiais kids pretos (forças especiais), e o general Braga Neto, todos do Exército.
Após
Cid, Braga Neto quer prestar delação premiada. Pelo visto, a prisão de milicos gera
ao menos duas lições: a lei cumprida horizontaliza as relações de classe; e a
prisão faz os milicos entenderem o valor da retidão.
E para
Lula, em particular, se ergue o privilégio da história de ser o governante a testemunhar a
ação da institucionalidade pela democracia e pela República.
Nenhum comentário:
Postar um comentário