sábado, 22 de março de 2025

Ligeirinhas 17 (Mundo x Trump, ultradireita global)

 

O MUNDO RESPONDE A TRUMP

            Nos EUs, o Golfo do México virou Golfo da América: Trump mandou demitir o repórter que repetiu o nome certo. Reativou Guantánamo (onde quer mandar imigrantes considerados criminosos), insiste em anexações, e tarifou produtos de outros países – mais ainda os dos BRICS.
            Além de autoafirmação pessoal, o tarifaço é a resposta de Trump ao intento dos países do BRICS em desdolarizar o intercâmbio econômico.  Recrudesceu o velho embargo econômico contra Cuba, acentuando a crise interna da ilha caribenha. E usa a guerra de Israel para tomar Gaza para si.
            Trump diz que está apenas “fazendo a América grande de novo” (seu slogan), como se América fosse só os EUs. Mas nem seu país escapou: após deportações, ele cortou recursos para a ciência e de aposentadorias, e demitiu servidores críticos de seu governo. Protestos agora varrem todo o país.
            Mas não ficou sem resposta. O Canadá entrou com a política de boicote aos produtos estadunidenses, o que pode ser copiado pelos outros países. Brasil e China entraram com a política de reciprocidade em taxar importados dos EUs – e podem ser também copiados. Deu efeito.
            Trump “chilicou” com o Canadá, após este responder com boicote a produtos estadunidenses e taxar a energia fornecida a três Estados dos EUA. Trump apostou em dobrar a taxa de 25 para 50% nos produtos canadenses. E o Canadá respondeu: “então cortaremos a energia ofertada”.
            Ele reclamou das “altas taxas” impostas pelo governo brasileiro sobre os produtos estadunidenses. Mas tudo indica que a recíproca do Brasil perdurará enquanto o estadunidense para taxar produtos de lá classificados como supérfluos (fora da recente política de isenção) continuará.
            Inicialmente visto como detalhe midiático, o gesto nazista de Elon Musk teve resposta forte. A Tesla (carros elétricos) teve queda de 50% de valor, ainda mais na Europa, com a destruição dos veículos. E agora o X (ex-Twitter) enfrenta “instabilidade global”: na prática, foi um bloqueio mesmo.
            A política de Trump pode revelar algo mais do que ideológico. Apontamentos de ele ter personalidade imatura ou antissocial fazem sentido no lema make América great again (fazer a América grande de novo), na absurda crença de que Biden “diminuiu” a hegemonia dos EUA.
            O pior efeito da política ameaçadora de Trump será sobre os EUs. Além dos protestos contra o governo em todo o país com reprovação mais do que aprovação, a inflação poderá ter escala inédita. E com isso, mesmo avançando sobre o judiciário “com juízes de esquerda”, Trump já põe seu cargo em risco de impeachment.
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OEA, PARA CIMA DELES!

            A Organização dos Estados Americanos (OEA) é uma instituição que trata dos interesses comuns a todos os países do Supercontinente Americano. Tais interesses se dividem em vários ramos temáticos, desde a economia, passando em políticas públicas até direitos humanos.
            Cada ramo tem seu representante relator que, quando escalado pela cúpula da OEA, vai ao país do qual partem denúncias de violações. Na política, o relator foi o colombiano Pedro Vaca, para atender a parlamentares bolsonaristas que choraram suposta violação da liberdade de expressão.
            Pedro também ouviu – e viu os documentos dados como provas – dos parlamentares governistas e de esquerda. As provas documentais que revelaram a verdade da liberdade de ouvir diferentes espectros ideológicos impediram o colombiano de cair na conversa dos nomes da ultradireita.
            Ele percebeu que, de forma tão transparente quanto água potável, a liberdade de expressão reclamada pelos bolsonaristas é a deles, os demais devem se calar. Os documentos mostrados pelos parlamentares governistas provaram que não há censura, apenas a liberdade responsável da democracia.
            Mas há um paralelo. Recentemente, o Brasil foi condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), após denúncias à OEA, por violar DHs de uma comunidade quilombola legalmente assentados perto da Base Espacial da Aeronáutica em Alcântara (Maranhão). A denúncia é antiga.
            Considero muito válida a vitoriosa denúncia citada, que teve apoio de políticos e de populares. Não importa o governo, esse mal tem que ser remediado. Mas chama atenção que nem as fontes independentes e anticapitalistas explicam: por que as referidas instituições não denunciam até hoje Javier Milei e Donald Trump?
            Em relação a Trump já sabemos: a OEA é aparelhada pelos EUs, apesar das evidentes violações de direitos humanos. E Milei roubou os argentinos em pirâmide financeira com criptomoeda. E aqui, mesmo ex-presidente inelegível, Bolsonaro alimenta o extremismo inflamando seu público.
            Em relação a Bolsonaro, o voto por sobrevivência o derrotou. Mas a ultradireita permanece forte. Milei tem condições de perder se denunciado pela OEA. E não terá como abraçar Trump: este lhe será indiferente, já que não prestará mais. Ainda assim, clamemos: OEA, para cima deles!
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EDUARDO BOLSONARO: ALERTA ÀS AUTORIDADES

            Na iminência de passar pelo julgamento do STF marcado para o dia 25 de março, o ex-presidente Jair Bolsonaro compareceu ao comício na praia de Copacabana no dia 16, organizado pelo pastor Silas Malafaia. Ele dividiu o trio elétrico com o pastor, governadores do PL e parlamentares.
            Após viralizar seu vídeo de convocação, o pastor extremista esperava, como os Bolsonaro, que a avenida Atlântica lotasse como em 7/9/2022. O ex-presidente esperava 1 milhão, suficiente para provar sua popularidade. Mas o contador de gado da USP contabilizou em torno de 18,3 mil.
            18,3 mil já são uma boa parcela do contingente que vive na realidade paralela. Enquanto os memes viralizam mais do que o chamado de Silas na internet, Eduardo Bolsonaro anunciou ao seu público que se licenciará temporariamente do cargo para ficar de vez nos EUA – já está lá há 2 semanas.
            Para muitos, sua viagem foi uma fuga para escapar à prisão iminente e à possível apreensão de seu passaporte pela PGR. Muita calma nessa hora. A realidade não é tão superficial quanto parece. Como reza o dito popular, há caroço nesse angu. Um caroço tão venenoso quanto misterioso.
            Eduardo é o articulador brasileiro da internacional nazifascista high tech da CPAC. Ele encontrou Trump na Casa Branca e depois visitou Olavo de Carvalho na Virgínia logo antes da invasão do Capitólio em 6/1/2021. Em 15 viagens aos EUA, ele solicitou a intervenção estadunidense aqui.
            Eduardo é um dos sócios da Global Bras Holding LLC, de ramo de atuação ignorado e localizado na residência do sócio Paulo Generoso, onde há dois outros entes, Instituto Liberdade e empresa Liber. Todos na sociedade (incluso André Porciúncula) atuaram em fake news sobre eleições.
            Nesse meio tempo houve fatos importantes: Elon Musk, liderou desafio das big techs contra a legislação brasileira na questão dos perfis de ódio. A onda incendiária pelo Brasil todo por onde o ex-presidente passou. As duas arremetidas do avião oficial de Lula 3, a última na segunda, dia 17/3.
            Cabe apontar a explosão de bombas caseiras com inscrições de suposta ameaça ao antigo PCB, em Curitiba, local onde o bolsonarismo anda à vontade. As três questões – do fogaréu criminoso, do avião e das bombas – são ainda meras especulações pessoais. Mas podem ser diferentes tipos de um aviso da força da ultradireita.
            Por isso, deixo meu alerta às autoridades e à população: atentem-se aos movimentos dos Bolsonaro, especialmente do filho Eduardo. Atentem-se a cada bomba deixada num ponto qualquer tornado estratégico, destinada a uma suposta agremiação política ou a alguém político. Estamos em tempos obscuros. Todo cuidado é pouco.


















            

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