sábado, 12 de abril de 2025

Ligeirinhas 23 (Dudu Bolsonaro, Léo Índio, Lula e o povo, Saúde)

 

O NEGÓCIO DOS BOLSONARO

                Após seduzir a galera, então majoritária, com sua política de fake news em favor dos cidadãos de bens e causar violência por anomia social, a matéria investigativa de Juliana Dal Piva (UOL, hoje ICL) sobre os 51 de 107 imóveis comprados com grana viva pela família.
                O que surpreendeu foi o número de imóveis de uma mesma família e, em geral, todos de alto valor, pelas poucas imagens então divulgadas. Sem falar na investigação das rachadinhas do filho 01. A matéria originou, depois, o livro O negócio do Jair, escrito por  Dal Piva.
                Tudo veio à tona durante o seu governo sem a merecida atenção judicial, até que sua política destrutiva o derrubou nas urnas em 2022. Hoje inelegível e réu na tentativa de golpe, Jair vê seu filho Eduardo se licenciar do cargo e fugir da prisão para os EUA.
                A fuga é real, mas é uma estratégica nuvem de fumaça a esconder os intentos mais obscuros do 03. Afinal, já foi exposto no blog que Eduardo Bolsonaro é o representante brasileiro da internacional nazifascista, que agora ameaça até a pacata Nova Zelândia, contra os indígenas Maoris.
                Mas a tese tem sua razão. Com sua voz pra lá de esquisita e com vestido de festa, a mulher do 03 postou vídeo mostrando aos seguidores espaçosos aposentos e a vista externa de uma imensa casa, que seria a “humilde residência” de Eduardo, capaz de caber mais famílias de boa.
                Segundo checagem do Estadão, a casa situada no Texas foi sede de empresa de sociedade entre Eduardo e Paulo Generoso, fechada em 2024. Mas outro vídeo mostra a mulher distribuindo cartões aos vizinhos. Não se sabe se o deputado comprou o imóvel, mas a desconfiança é muito grande entre os internautas.
                Caso seja propriedade de fato – falta confirmar –, Eduardo mente ao afirmar que “dormimos em colchões infláveis”. Pelo patrimônio juntado na remuneração mantida na Câmara, no ganho com a empresa e na movimentação de R$ 1,6 milhão para os EUA, a família vive bem.
                Não é ilegal comprar imóvel residencial por lá, ninguém questiona isso. Desde que seja tudo dentro da lei e conforme a renda. É a fala dele que coopta mentes a acreditar que não pode, daí a falácia de mansão de Xandão por lá. Tudo isso é cortina de fumaça para manter a impunidade de uma família muito estranha.
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PRISÃO PARA LEO ÍNDIO: SIGNIFICADOS

                Enquanto aqui no Brasil a geral comemorou inicialmente a decisão final do STF em colocar o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus capangas no inquérito da intentona de 8/1, um personagem conhecido da família Bolsonaro está na mira da Justiça: Leonardo Rodrigues de Jesus.
                Mais conhecido como Léo Índio – que de indígena não tem nada –, ele é primo dos três filhos mais velhos do ex-presidente, por ser sobrinho da ex-mulher deste, Rogéria Nantes Braga. Ficou na memória popular por ter dividido moradia com o primo vereador Carlos, com quem tem maior proximidade.
                No governo de seu tio, ele tentou ingressar em cargo de confiança e tentar a carreira política. Mesmo sem ser policial, foi indicado por Carlos para chefiar 3 PFs na equipe de transição do em 2018, se candidatou a deputado distrital no DF e a vereador em Cascavel (SC), sem sucesso em todas as tentativas.
                Um dos milhares de partícipes da intentona golpista, ele é um dos muitos que fugiram para a Argentina visando escapar da prisão e acreditando na proteção do presidente argentino Javier Milei. A pedido da PGR, Alexandre de Moraes (relator da ação) pediu a prisão preventiva de Léo e demais foragidos.
                Resultado de descumprimento de ordem cautelar, a prisão preventiva fez com que Léo perdesse o aguardo de julgamento em liberdade. Portanto, caso volte ao Brasil, o seu destino imediato será a prisão. Mas ele pode ser extraditado, se houver pedido do Brasil.
                Portanto, é muito provável que Léo Índio não volte ao Brasil – não tão cedo. Exceto através de acordo de extradição entre os dois países. Só que, segundo um vídeo recentemente divulgado nas redes, ele está em local ignorado (ou não revelado) a mais de 1000 km de Buenos Aires.
                Se ocorrer, a prisão poderá ser vista como “só mais uma”. Ou mais do que isso. Afinal, Eduardo Bolsonaro fugiu para os EUA, e Léo tem certo afeto do ex-presidente por ser muito afim de Carlos. Ou seja, ela pode iniciar o desmantelamento do cerne do núcleo golpista. Ou não.
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LULA 3 E A CONTRADIÇÃO POPULAR

            Todos os anos, o governo do momento tem a sua popularidade testada pelos institutos de pesquisa, que são os mesmos que fazem levantamentos sobre a intenção de voto. Boa parte da patuleia não acredita nessas pesquisas, mas elas existem em todos os países, democráticos de fato ou duvidosos.
            Mandatário atual, Lula sempre gozou de forte simpatia popular, graças à natural vocação de comunicador com sua linguagem simples e direta, mesmo diante de grandes eventos e entrevistas coletivas. Seus governos anteriores terminaram com mais de 80% de bom/ótimo.
            Mas, como já escrito antes, desde 2023, os levantamentos têm revelado números de aprove mais baixos do que antes. Os fatores, já sabemos: mudança de mentalidade, onda de mentiras dos bolsonaristas nas redes e prioridade em rádio e TV distante da patuleia em rede.
            Em fevereiro, uma pesquisa da Genial Quaest sobre avaliação do governo tem revelado números de aprovação tão baixos quanto 27% e mais de 50% de reprovação. A última avaliação já revela virada de 11 pontos, com queda de 6 pontos na rejeição e subida de 5 pontos de aprovação.
            Como cada pesquisa tem duas fases – a avaliação e a intenção de voto se a eleição fosse no momento – entra um paradoxo: a intenção de voto revela, nas duas pesquisas, que o presidente Lula lidera em todos os seis cenários, conforme junção na figura deste texto.
            Dado o momento corrente, os maus números sobre o governo refletem a insistência de fatores como a influência bolsonarista na mentalidade, as mentiras em rede, o viés mercadológico dos jornalões de massa e comunicação fraca do governo, mesmo com Sidônio à frente.
            Por outro lado, a tendência para a reversão da impopularidade na pesquisa simulada de intenção de votos reflete a resposta mais agressiva sobre investimentos de indústrias estrangeiras e consequente empregabilidade, apesar dos juros – tudo isso noticiado pelas mídias.
            Tal resposta também pode ser um contra-ataque aos jornalões de massa, que insistem em desacreditá-lo em tendenciosos títulos, e à oposição que armam maneiras de brecá-lo². Fatores, que, nas pesquisas, revelam a relação contraditória dos populares com o governo.
Nota: ¹,² a ser falado na próxima rapidinha.
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Reflexão
DIA MUNDIAL DA SAÚDE: OS MUITOS DESAFIOS

                Definida como bem-estar físico, mental, emocional, psicossocial e ambiental, a saúde também tem conceitos de natureza institucional e política. Desde os aforismos de Hipócrates aos atuais sistemas abrangentes e personalizados de atendimento e tratamento, dezenas de séculos se passaram.
                Conforme momentos históricos e políticos, muitos governos pelo mundo organizaram sistemas amplos para serviços de saúde. Como o serviço britânico de saúde-previdência, que atendia trabalhadores formais e inspirou o nosso ex-INAMPS, e o abrangente sistema Semashko, criado por Lênin, na URSS.
                O Semashko influenciou o surgimento de organizações de saúde que atendem a populações isoladas na forme e nas guerras, como a Médicos Sem Fronteiras (MSF), e foi o modelo inspirador para o nascimento do nosso Sistema Único de Saúde (SUS), hoje referência global em saúde pública.
                Substituindo o modelo Semashko, morto junto com a União Soviética, a filosofia de saúde para todos do SUS inspirou outros países, cada qual à sua forma. Sempre se aprimorando conforme a OMS, a saúde pública levou à erradicação de surtos e epidemias, e até da recente pandemia de C19.
                Por reconhecer essa importância global da saúde pública, a ONU criou o Dia Mundial da Saúde, fixado em 7 de abril, homenageando trabalhadores do setor do mundo todo. Mas, para os responsáveis na linha de frente por salvar vidas, o dia é só mais um na dura rotina repleta de diferentes desafios.
                Guerras lá fora que eliminam hospitais, mudanças climáticas globais, impedimentos religiosos à saúde feminina em alguns países, profissionais antifascistas demitidos nos EUA, doações escassas ao MSF e ameaça privatista na saúde pública brasileira são os principais desafios enfrentados.
                O dia 7/4 é lembrado por todos os profissionais de saúde por serem reconhecidos pela ONU. Mas seu trabalho de remar contra a maré das mortes evitáveis é árduo demais para ser comemorado e mostrar seu valor. Pois, por meio das guerras ou em canetadas com governos, o capital espreita para devorar a saúde pública.
        























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