quinta-feira, 22 de junho de 2023

CURTAS 36 - ANÁLISES (decrepitude bolsonarista; discrepância sem PRF)

 

Sem a PRF seria uma discrepância

                Neste blog há dois textos abordando analiticamente sobre as atipicidades eleitorais: o do primeiro turno com o protagonismo gospel divulgando fake news; e o do segundo, desta vez com a ação pra lá de suspeita da PRF nas estradas nordestinas na hora eleitoral.
                2023: incentivada pelo governo, a CPMI do 8/1 começa aterrorizando os bolsonaristas, que tentam a estratégia do tumulto, mentiras ou memes para desestabilizar.
                Agora, o depoente é Silvinei Vasques¹, ex-diretor da PRF por trás das ocorrências nas estradas nordestinas no 2º turno eleitoral. À moda bolsonarista, ele marca presença distorcendo dados na cara dura, mesmo sendo desmascarado pelos governistas.
                Em 20/6, a relatora Eliziane Gama quase teve crise nervosa com o turbulento Éder Mauro, que deixou a CPI do MST (da qual é membro) de lado para ir ao Senado fazer o que unicamente sabe: tumultuar com insultos, só para atrapalhar e tomar tempo. Tática bolsonarista.
                Nesse 21/6, Silvinei compareceu para dar continuidade – ou ter arrancada a verdade pelos governistas. Após o sermão do senador Contarato (PT-ES), foi a vez do deputado Henrique Vieira desmascará-lo com números que revelam a abordagem ilegal da PRF nas estradas nordestinas no dia do segundo turno.
                Relevância da CPMI – desde a CPI da C19 em 2021, CPI e CPMI passaram a propiciar audiência garantida para as TVs do legislativo federal. A do 8/1 tem relevância pelo julgamento dos fatos do 8/1, seus financiadores e mentores intelectuais.
                Mas a relevância não se restringe à audiência que dá importância à comissão em si. Há outro fator de valor ainda maior, que se evidencia nas informações dos parlamentares membros com o ex-diretor da PRF: é a abertura de portas para a inferência que terminou no escore estreito do pleito.
                Disparidade eleitoral – como já adiantado no artigo das atipicidades eleitorais no 2º turno, a ação impeditiva da PRF nas estradas nordestinas e no norte de MG (reduto lulista) ocasionou uma abstenção artificial, forçada, que desencadeou em menor diferença final entre os candidatos.
                Nesse sentido, se não houvesse toda sorte de tentativas de fraude eleitoral com o objetivo de derrotar Lula, a discrepância final entre os candidatos seria bem maior. Talvez Lula alcançaria um escore próximo de 60% dos votos, ou, quiçá, pouco mais do que isso.
                A crescente aprovação do atual governo entre eleitores de Bolsonaro na recente pesquisa da Genial Quaest evidencia a chance de discrepância que haveria, na ausência das tentativas citadas de fraude eleitoral, em especial a da PRF nas estradas nordestinas.

Nota da autoria
¹ nomeado por Bolsonaro, foi aposentado no calor da exposição midiática dos fatos e ação do STF.

Para saber mais
https://www.youtube.com/watch?v=6s0bWKs_c6w (Mídia Ninja, sobre os dados relevantes da ação criminosa da PRF, com pastor Henrique Vieira)
- https://maquinandopensamentos.blogspot.com/2022/10/analise-atipicidades-da-eleicao-2022.html (1º turno)
- https://maquinandopensamentos.blogspot.com/2022/11/analise-atipicidades-da-eleicao-2-turno.html 
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Aos bolsonaristas, a decrepitude

    
            
Durante as comissões parlamentares de inquérito (CPIs) mistas ou não, desde a legislatura 2018-22 temos visto um comportamento característico dos parlamentares bolsonaristas além das mentiras: o tumulto, com gritaria de protesto no plenário durante os depoimentos.
                Na marcante CPI da C19 (2021), o tumulto dos bolsonaristas ocorreu durante as falas de alguns depoentes, como o ex-governador do RJ Wilson Witzel, e dois militares (um deles Edu Pazuello) envolvidos em esquemas criminosos envolvendo vacinas no ministério da Saúde.
                O objetivo básico é atrapalhar ou obstruir a obtenção de dados comprometedores inevitáveis em depoimentos, como, por exemplo, a revelação de envolvimento direto do ex-presidente da República, com ajuda de aliados como pastores ou empresários, junto a agentes operacionais.
                Nesse andar da carruagem, em que o próprio ex-presidente aparentemente jogou a toalha em aceitação de derrota política e judicial e Lula segue firme em seu governo com uma vitória, há duas CPIs em andamento: a do MST (na Câmara) e a do 8/1 (mista de deputados e senadores).
                Na CPI do MST não tem havido tumulto por conta do domínio de bolsonaristas em sua direção. Por outro lado, governistas ora são sistematicamente interrompidos nas suas falas ou nas perguntas, ou quando lhes chega a vez, a relatoria libera o depoente impedindo o interrogatório.
                A CPI do MST é uma empreitada ideológica comandada por latifundiários bolsonaristas que financiam os nomes da direção. Uma forma de mostrar que o bolsonarismo mede forças com os neutros e governistas à frente da CPI do 8/1 no DF e da sua versão mista federal.
                Intrusão – o espetaculoso deputado federal “delegado” Éder Mauro (PL-RO), membro da CPI do MST, apareceu na audiência da CPMI do 8/1. Na intenção de obstruir ou atrapalhar, ele tumultuou com ofensas misóginas para a relatora Eliziane Gama (PSD-MA), que respondeu à altura.
                O tumulto ocorreu durante o depoimento do ex-diretor da PRF Silvinei Vasques. É bem possível que a aparição de Éder Mauro tenha sido estratégia no silencioso mando dos presentes e alegres Flávio e Eduardo Bolsonaro.
                Tragédia intelectual – o tumulto dos bolsonaristas não é só falta de argumentação capaz de refutar as exposições do interrogante¹ – uma tragédia intelectual. Ele vai mais além: é o nível mais baixo alcançado na história do Legislativo brasileiro. É a decrepitude maximizada, também moral.
                Nessa hora, nomes de outrora como Ulysses Guimarães e correlatos já devem estar se revirando nas suas respectivas câmaras mortuárias de pura vergonha. Mais ainda, pela sua capilaridade popular.

Nota da autoria
¹ a pessoa que interroga, pergunta, indaga.

Sal Ross
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