2019 vai chegando ao seu fim. É o momento da análise retrospectiva.
Foi um ano peculiar no tema político, que após tanto tempo de pouco agito detonou o ápice da tempestade dialógica.
Foi um ano peculiar no tema político, que após tanto tempo de pouco agito detonou o ápice da tempestade dialógica.
Daí a riqueza de fatos políticos em retrospectiva, agrupados em estilo e personalidade.
Na noite do dia de posse foi publicado o primeiro decreto de Bolsonaro, sem aviso prévio: revela-se um governo de estilo autocrático, via decretos e medidas provisórias.
Para seus aliados e fãs, "é normal de militar". Para opositores, autoritarismo que afronta o Estado democrático de direito. Para analistas, um estilo avesso ao diálogo prévio.
Em um ano, Bolsonaro foi o presidente que mais emitiu decretos e medidas provisórias, o que não significa, necessariamente, competência. Pode até revelar o contrário.
Sem dúvidas, a grande qualidade tem sido a iniciativa - o que não faltou aos governantes anteriores.
É um estilo conservador em costumes, valorizando a família heteronormativa cristã pura e de bens, em detrimento das demais, na agenda moralista pregada por instituições evangélicas de Malafaia, Macedo e outros dessa linha.
Slogan frequente da direita, o "cidadão de bem" tem sido retratado como o vindo de família supradescrita. Tal exemplo é criticado pela oposição, que relativiza o sentido do conceito e aponta a grande massa popular que movimenta a economia e paga impostos.
Numerosos conselhos populares foram extintos, fornecimento de medicamentos ao SUS quase zerados, políticas de direitos de LGBTQ+, mulheres e HIV-positivos ferradas.
Resultado: aumento dos crimes de ódio a minorias étnicas, religiosas, sexuais e culturais.
Na economia vale o agressivo liberalismo do ministro Paulo Guedes que transfere serviços públicos ao mercado. Não importam as consequências sociais.
Resultado: piora dos já precários serviços públicos essenciais, perda de benefícios e direitos sociais, e maior concentração de renda com empobrecimento das camadas trabalhadoras.
A segurança pública também sentiu alguns efeitos: a concentração do serviço para castas mais altas tornaram as massas populares mais vulneráveis à violência urbana.
Tal vulnerabilidade aumenta com a reduzida possibilidade dos assalariados de terem uma arma lícita para se defenderem: só as castas mais abastadas o conseguem legalmente.
Pelo conspiracionista Olavo de Carvalho, guru do governo, a anticiência ganha força. Os resultados: pesquisas científicas e tecnológicas, universidades e escolas básicas como um todo carenciadas por vários cortes financeiros, MCT do astronauta invisibilizado.
Para quem não sabe: os ministros Ernesto Araújo e Abrahan Weintraub são olavistas.
Tal estilo conservador cristocêntrico, ultraneoliberal e anticientífico revela traços pessoais do presidente: autoritário, intransigente, impulsivo, impositivo e avessa ao diálogo, que vê na oposição e na diversidade inimigas mortais.
A intolerância se traduz na omissão à violência sobre populações indígenas, quilombolas, pobres, minorias religiosas e LGBTs. Com mulheres ele é prazerosamente grosseiro.
Assustadora indiferença à morte de personalidades que marcaram a vida da nação. Porem, esboçou pesar com o suicídio de um rapper bolsonarista bombado em São Paulo após quase matar a amante grávida. Ou seja, manifesta-se quando lhe interessa.
Enfim, esse foi um governo que se autodeclarou personalista, centrado na personalidade e nas vontades do seu governante. Às custas da nação.
E que venha 2020.
Na noite do dia de posse foi publicado o primeiro decreto de Bolsonaro, sem aviso prévio: revela-se um governo de estilo autocrático, via decretos e medidas provisórias.
Para seus aliados e fãs, "é normal de militar". Para opositores, autoritarismo que afronta o Estado democrático de direito. Para analistas, um estilo avesso ao diálogo prévio.
Em um ano, Bolsonaro foi o presidente que mais emitiu decretos e medidas provisórias, o que não significa, necessariamente, competência. Pode até revelar o contrário.
Sem dúvidas, a grande qualidade tem sido a iniciativa - o que não faltou aos governantes anteriores.
É um estilo conservador em costumes, valorizando a família heteronormativa cristã pura e de bens, em detrimento das demais, na agenda moralista pregada por instituições evangélicas de Malafaia, Macedo e outros dessa linha.
Slogan frequente da direita, o "cidadão de bem" tem sido retratado como o vindo de família supradescrita. Tal exemplo é criticado pela oposição, que relativiza o sentido do conceito e aponta a grande massa popular que movimenta a economia e paga impostos.
Numerosos conselhos populares foram extintos, fornecimento de medicamentos ao SUS quase zerados, políticas de direitos de LGBTQ+, mulheres e HIV-positivos ferradas.
Resultado: aumento dos crimes de ódio a minorias étnicas, religiosas, sexuais e culturais.
Na economia vale o agressivo liberalismo do ministro Paulo Guedes que transfere serviços públicos ao mercado. Não importam as consequências sociais.
Resultado: piora dos já precários serviços públicos essenciais, perda de benefícios e direitos sociais, e maior concentração de renda com empobrecimento das camadas trabalhadoras.
A segurança pública também sentiu alguns efeitos: a concentração do serviço para castas mais altas tornaram as massas populares mais vulneráveis à violência urbana.
Tal vulnerabilidade aumenta com a reduzida possibilidade dos assalariados de terem uma arma lícita para se defenderem: só as castas mais abastadas o conseguem legalmente.
Pelo conspiracionista Olavo de Carvalho, guru do governo, a anticiência ganha força. Os resultados: pesquisas científicas e tecnológicas, universidades e escolas básicas como um todo carenciadas por vários cortes financeiros, MCT do astronauta invisibilizado.
Para quem não sabe: os ministros Ernesto Araújo e Abrahan Weintraub são olavistas.
Tal estilo conservador cristocêntrico, ultraneoliberal e anticientífico revela traços pessoais do presidente: autoritário, intransigente, impulsivo, impositivo e avessa ao diálogo, que vê na oposição e na diversidade inimigas mortais.
A intolerância se traduz na omissão à violência sobre populações indígenas, quilombolas, pobres, minorias religiosas e LGBTs. Com mulheres ele é prazerosamente grosseiro.
Assustadora indiferença à morte de personalidades que marcaram a vida da nação. Porem, esboçou pesar com o suicídio de um rapper bolsonarista bombado em São Paulo após quase matar a amante grávida. Ou seja, manifesta-se quando lhe interessa.
Enfim, esse foi um governo que se autodeclarou personalista, centrado na personalidade e nas vontades do seu governante. Às custas da nação.
E que venha 2020.
Revisado e publicado em 29 de dezembro.